O Quinze: Diálogos com Tim Ingold
Resumo
O objetivo geral deste artigo é fazer uma leitura do romance de Raquel de Queiroz intitulado O Quinze a partir de uma perspectiva antropológica do movimento. Compreendido aqui de duas maneiras possíveis a partir da visão de Tim Ingold. Que seja dito: a itineração que compreendo como sendo o caminho trilhado pela família de retirantes, representado por Chico Bento, Dona Cordulina e os filhos e por outro lado, uma distinta forma de movimento, denominado de transporte, representado por Conceição e Dona Inácia. Para isso, farei uma leitura de caráter bibliográfico visando contemplar tanto a perspectiva antropológica quanto uma visão literária, associando a ideia de movimento retratado aqui à ideia de malha (meshwork), bem como a de ambiente, clima e as interações possíveis dos personagens. Conforme a leitura que proponho, pode-se perceber que entre a literatura e antropologia existe uma ponte de diálogos possíveis tanto em relação às formas de análise quanto em relação aos fatos etnográficos que são possíveis de serem trabalhados enquanto escrita literária. Por fim, é possível perceber que se o fazer antropológico pressupõe uma forma específica de escrever, o fazer literário pressupõe uma forma antropológica de pensar.
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