Quem pode fazer história pública? Um estudo de caso sobre a Brasil Paralelo

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Autores

  • Joana Maximo da Silva Universidade Estadual de Maringá
  • Angelo Aparecido Priori Universidade Estadual de Maringá

DOI:

https://doi.org/10.36704/rhp.v2i4.8414

Palavras-chave:

Brasil Paralelo, Revisionismo, História Pública

Resumo

A Brasil Paralelo, é uma produtora gaúcha de documentários, reportagens, filmes, programas, cursos e séries que abordam temas relacionados à política, história, filosofia, economia, educação, artes e atualidades. Na comemoração do bicentenário de Independência do Brasil, a produtora realizou ação em uma escola de nível fundamental em São Paulo para “levar ao conhecimento dos alunos alguns heróis da história brasileira”, dando vida a personagens ilustres da história do Brasil, tais como: D. Pedro I, Imperatriz Leopoldina, José Bonifácio, D. Pedro II e Princesa Isabel. Assim, este trabalho objetiva apresentar a ação da produtora, apontando os usos do passado, para defesa de interesses de grupos conservadores da sociedade, desqualificando o conhecimento produzido com rigor metodológico, o dominando de “doutrinário”, para legitimar suas produções. Analisar os conteúdos e ações da BP, são imprescindíveis para a produção de um referencial crítico para desmontar/desconstruir ideias não-científicas sobre a História.

 

Biografia do Autor

Joana Maximo da Silva, Universidade Estadual de Maringá

  Joana Máximo, é egressa do curso técnico em informática do IFPR - campus Paranavaí, onde realizou pesquisa sobre o ENEM, Livro Didático e Variação Linguística. É discente no curso de História na Universidade Estadual de Maringá, onde foi bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), e pesquisadora-bolsista pela Universidade sem Fronteiras (USF/SETI) pelo Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-brasileiro (NEIAB-UEM). Atualmente é membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-Brasileiros (NEIAB-UEM), é bolsita do Programa de Residência Pedagógica em História e realiza pesquisa no âmbito da História Pública, Ensino de História e Extrema-Direita Brasileira.

Angelo Aparecido Priori, Universidade Estadual de Maringá

    Professor Associado da Universidade Estadual de Maringá, Paraná, Brasil. Atua no Programa de Pós-Graduação em História, no Departamento de História e no Prof-História da UEM. Atua também no Programa de Pós-Graduação em História Pública da Unespar/CM. Possui graduação em História pela Universidade Estadual de Londrina (1988), mestrado em História e Sociedade pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1994), doutorado em História e Sociedade pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2000) e pós-doutorado pela UFMG (2010/2011) e pela UFPR (2021/2022). Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil República, atuando principalmente nos seguintes temas: movimentos sociais, repressão, partido comunista e ditadura militar. É o coordenador do "Grupo de Pesquisa sobre o Brasil Contemporâneo" da UEM, cadastrado no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPQ. Integra a rede de pesquisadores sobre "Direitos Humanos e Políticas de Memórias - DIHPOM" - composta por pesquisadores da UEM, Unioeste, UFPR, UFF, USP, UFSC e UFAP - e financiada através da Chamada 22/2016 - Pesquisa em Inovação, Ciências Humanas Sociais e Aplicadas do CNPQ. No campo administrativo foi Diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UEM (2016-2020), Coordenador do Programa de Pós-Graduação em História (2007-2010), Vice-reitor e Reitor da Universidade Estadual de Maringá (2002-2006). Também foi Coordenador do Fórum de Pós-Graduação da ANPUH e Secretário Geral da Diretoria Nacional da ANPUH (2011-2015). Bolsista de produtividade da Fundação Araucária (Edital 21/2012).

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Publicado

2024-12-09

Como Citar

Maximo da Silva, J., & Aparecido Priori, A. (2024). Quem pode fazer história pública? Um estudo de caso sobre a Brasil Paralelo. Revista Histórias Públicas, 2(4), 178–195. https://doi.org/10.36704/rhp.v2i4.8414