Direito ao Respeito
Reflexões sobre a violência obstétrica a partir da literatura
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https://doi.org/10.36704/sdhe.v7i2.9150Palavras-chave:
Gênero, Direitos humanos, Violências, Autonomia, Poder-saberResumo
O artigo aborda a violência obstétrica (VO) a partir de uma perspectiva de gênero e direitos humanos, destacando as relações de poder-saber na área médica que perpetuam práticas violentas contra mulheres no ciclo gravídico. O texto de revisão bibliográfica aborda relações sócio-históricas de gênero e problematiza a ausência de legislação específica no Brasil, mesmo após condenação no Comitê para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (CEDAW) da ONU. A análise inclui relatos literários de vítimas de VO e expõe práticas comuns, como a Manobra de Kristeller, episiotomia sem consentimento e desrespeito à autonomia das mulheres. O artigo também discute a resistência de parte da comunidade médica em reconhecer essas práticas como violência. Conclui-se pela necessidade de uma regulamentação jurídica clara e a implementação de medidas preventivas para garantir a dignidade e os direitos das mulheres na assistência obstétrica.
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