A vigência de normas especiais de caráter protetivo como necessidades impostas por uma sociedade moralmente falha

Autores

  • Fernanda Morato da Silva Pereira Faculdade de Barretos - Barretos - SP
  • Rafhael Figueiredo Magalhães de Paula Faculdade de Barretos - Barretos-SP
  • Selma Cristina Tomé Pina Universidade de Ribeirão Preto - Unaerp-SP

Palavras-chave:

Moral, Legislação Protetiva, Excesso de Normatização.

Resumo

A presente pesquisa tem como objetivo analisar a estrutura normativa nacional, em especial os Estatutos, para identificar se os avanços na matéria de direitos não causaram efeito reverso na sociedade, ou seja, se causou retrocessos morais na sociedade que se vê obrigada a lançar mão de seu aparato jurisdicional para punir aqueles que não tiveram uma construção sólida de moralidade. A metodologia de pesquisa é baseada na leitura e interpretação de bibliografia que passa por discussões acerca de moralidade e mesmo de caráter doutrinário, de modo a embasar toda a produção. A questão descortinada analisou basicamente a inutilidade de se afirmar legislativamente, por exemplo, que o idoso tem preferência de atendimento e a pessoa com deficiência tem direito à uma vida sexual e à constituir família, isso em uma sociedade na qual a construção moral é tamanha que a moralidade racional torna-se afetiva e o “saber fazer” moral torna-se o “querer fazer” moral, o que guarda larga distância com o Brasil atual, evidenciando a necessidade de tais legislações protetivas. Dessa forma, conclui-se que o caráter normativo extenso da sociedade brasileira está diretamente relacionado com a falha na construção moral da população nacional e, corrigindo-se isso as positivações sem caráter criminal seriam desnecessárias e as proteções meras formalidades, pois o desrespeito à dignidade alheia seria exceção, barrado pela reflexão moral antes da ação individual. Não se olvida, no entanto, a necessidade de proteção na legislação penal, de modo a punir os que conscientemente optam por desviar do padrão moral e ferir os direitos alheios.

Biografia do Autor

Fernanda Morato da Silva Pereira, Faculdade de Barretos - Barretos - SP

Mestre em Direitos Coletivos e Cidadania pela Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP. Especialista em Direito Civil e Processo Civil pelo Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – UNIFEB. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela Universidade Cândido Mendes – UCAM. Advogada. Professora Universitária.

Rafhael Figueiredo Magalhães de Paula, Faculdade de Barretos - Barretos-SP

Graduando em Direito pela Faculdade Barretos.

Referências

BECKER, Howard S.Outsiders: estudos de sociologia do desvio. Tradução de Maria Luiza X. de Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

BRASIL, LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso em: 22 mai. 2019

BRASIL, LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 22 mai. 2019.

BRITO, Jaime Domingues. Minorias e grupos vulneráveis: aquilatando as possíveis diferenças para os fins de implementação das políticas públicas. Revista Argumenta, n. 11, pags. 95/110, 2009. Disponível em: http://seer.uenp.edu.br/index.php/argumenta/article/view/145/145. Acesso em: 25 mai. 2019.

DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. Tradução de Eduardo Brandão. 2ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

LEITE, Flávia Piva Almeida; RIBEIRO, Lauro Luiz Gomes; & COSTA FILHO, Walir Maciera da. Comentários ao Estatuto da Pessoa com Deficiência. São Paulo: Saraiva, 2016.

QUITANEIRO, Tania; BARBOSA, Maria Ligia de Olivera; & DE OLIVEIRA, Marcia Gardênia Monteiro. Um Toque de Clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

TAILLE, Yves de La. MORAL E ÉTICA: Dimensões intelectuais e afetivas. Porto Alegre: Artmed, 2006.

VILAS BOAS, Marco Antonio. Estatuto do Idoso Comentado. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

Downloads

Publicado

2019-11-07

Como Citar

Pereira, F. M. da S., Paula, R. F. M. de, & Tomé Pina, S. C. (2019). A vigência de normas especiais de caráter protetivo como necessidades impostas por uma sociedade moralmente falha. Ciência ET Praxis, 12(23), 59–64. Recuperado de https://revista.uemg.br/index.php/praxys/article/view/3897

Edição

Seção

Artigos