Palavras ao trabalhador: comunicação, autoritarismo e consenso no Estado Novo (1937-1945)
DOI:
https://doi.org/10.36704/rhp.v3i5.8918Palavras-chave:
Estado Novo; Propaganda Política; Getúlio Vargas; Meios de comunicaçãoResumo
A propaganda política foi uma ferramenta marcante nos governos autoritários pelo mundo durante o século XX. No Brasil de Getúlio Vargas, a propaganda era coordenada por uma complexa estrutura de comunicação: o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsável pela censura e pela difusão de informações. A partir da atuação desse órgão, o regime estadonovista e seu grande líder Getúlio Vargas consolidaram-se e encontraram intenso apoio e sustentação popular, construindo seu prestígio em torno de questões fundamentais como o trabalho e o nacionalismo. A partir de 1937, foi notória a alteração na forma de organização e articulação política com o golpe de 10 de novembro. A formação de um regime político mais centralista e autoritário demandou a elaboração de um órgão como o DIP, que seria responsável por propalar a ideologia do governo e constituir, no âmbito nacional, um pensamento de unidade ao redor do governo varguista. O presente artigo tem como objetivo discutir as bases teóricas que fundamentam a política de comunicação estadonovista e analisar as estruturas de propaganda política do DIP, bem como suas formas de atuação.
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