“Não temos raça definida!”:
indígenas, negros e mestiços sob a ótica dos discursos do Conselho de Imigração e Colonização no governo Vargas, 1930 a 1950
DOI:
https://doi.org/10.36704/rhp.v3i5.9050Palavras-chave:
Conselho de Imigração e Colonização; trabalhador ideal; discurso étnico-racial.Resumo
O objetivo deste artigo é analisar como os indígenas, os negros e os mestiços foram representados pelo Conselho de Imigração e Colonização (CIC) criado no governo de Getúlio Vargas. A fonte, que a própria Revista do CIC será analisada por meio da análise do discurso. A ideia de “uma nova raça” deveria ser viabilizada por meio do branqueamento da população. A partir, sobretudo, da Eugenia, os Conselheiros e demais intelectuais ligados a Instituição argumentavam sobre como deveria ser formado o “homem novo”, o trabalhador ideal. Indígenas e negros foram considerados biológica e culturalmente inferiores. Sob o argumento de que o brasileiro já sofria as más consequências da miscigenação, que resultou no mestiço. Considerado um sujeito degenerado biológica, moral e psicologicamente, além de indolente.
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