O professor e a educação no ambiente prisional:
desafios e possibilidades do trabalho docente por entre as grades
DOI:
https://doi.org/10.36704/eef.v26i50.6256Palavras-chave:
Escola prisional, Prática pedagógica, Atuação docenteResumo
O presente artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo identificar e analisar possíveis dificuldades e desafios presentes na atuação docente em unidades prisionais. Através de uma pesquisa qualitativa, na qual foi empregada a entrevista semiestruturada com professores licenciados em diferentes áreas do conhecimento, atuantes uma escola prisional, localizada numa cidade interiorana no estado de Minas Gerais foi possível verificar que o ingresso do professor para atuar no sistema prisional, inclui apenas a exigência de seus bons antecedentes se comparado aquelas comumente solicitadas para o sistema regular de ensino. Devido as regras impostas pelas unidades prisionais, as aulas passam por uma série de adaptações e restrições que incluem a relação professor-aluno, o ambiente das aulas, bem como o uso de materiais pedagógicos. Os professores percebem que a sua atuação no processo educacional nas unidades prisionais encontra-se atreladas tanto às conveniências do sistema prisional quanto às prerrogativas dos detentos, onde parecem coexistir duas lógicas do significado de reabilitação e/ou formação: a possibilidade de transformação pela educação durante o tempo do aprisionamento e a cultura prisional caracterizada pela repressão, pela ordem e disciplina, impostas como forma de adaptação e de adequação ao meio.
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