Subjetividades de professores no ensino remoto e híbrido emergenciais:

uma análise discursiva

Autores

  • Luciana Azeredo CEFET-M
  • Marcia Aparecida Amador Mascia Universidade São Francisco
  • Wagner Ernesto Jonas Franco Centro de Línguas de Jundiaí-SP https://orcid.org/0000-0003-2913-1832

DOI:

https://doi.org/10.36704/eef.v25i45.6414

Palavras-chave:

Discurso, Ensino remoto emergencial, Ensino híbrido emergencial, Subjetividades

Resumo

Este artigo traz à tona vozes de docentes em seus embates nas relações de saber-poder, inseridos no contexto da pandemia, de modo a buscar-se brechas para pensar a educação de outro modo no pós-pandemia, começando por problematizar os abismos imensos existentes, invisibilizados pela ordem do discurso vigente. Ancoramo-nos na análise do discurso franco-brasileira e nos estudos foucaultianos, especificamente nos modos de objetivação e de subjetivação, nas relações de saber-poder, na contraconduta, na resistência. O corpus é composto por reportagens sobre o ensino remoto e o ensino híbrido emergenciais (2020 e 2021). Observou-se que, se por um lado, as relações de poder instauradas sufocam a emergência de contracondutas, impelindo os professores ao alinhamento à lógica neoliberal para manutenção/obtenção de empregos; por outro lado, o professor resiste, buscando formas alternativas de conduzir sua prática docente, uma ética e estética da existência possível em tempos de barbárie como estes.

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Publicado

29/04/2022

Como Citar

Azeredo, L., Amador Mascia, M. A., & Jonas Franco, W. E. . (2022). Subjetividades de professores no ensino remoto e híbrido emergenciais:: uma análise discursiva. Educação Em Foco, 25(45), 8–30. https://doi.org/10.36704/eef.v25i45.6414