A Ética dos prazeres em Aristóteles: um estudo a partir da "História da sexualidade", de Michel Foucault
Resumo
Este artigo tem como objetivo examinar a questão dos prazeres na Ética a Nicômaco de Aristóteles, procurando elucidar as razões e as maneiras pelas quais a sexualidade constituiu-se como um campo de preocupação moral na Antiguidade grega. Para isso, utilizamos o esquema de análise proposto por Michel Foucault no Volume II de sua História da Sexualidade (O uso dos prazeres). De um modo geral, esse esquema baseia-se na distinção entre os aspectos de “código”, de um lado, e as “práticas de si” e “formas de subjetivação”, de outro. Importa, seguindo Foucault, analisar as “prescrições”, os “sistemas de regras e valores”, à luz das diferentes formas pelas quais os indivíduos podem encará-los, isto é, conduzirem a si próprios no campo da sexualidade e dos prazeres em geral. É dessa distinção que a reflexão moral de Aristóteles recebe alguns de seus sentidos, na medida em que é do “uso dos prazeres”, muito mais do que da definição estrita do “permitido” e do “proibido”, que se trata no processo de constituição do sujeito moral. Na última parte do artigo, tenta-se mostrar algumas das articulações possíveis entre Ética e Política no pensamento do filósofo estagirita, a partir da problemática dos prazeres e da sexualidade.
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