Entre o barroco e a violência: uma compreensão da sociedade mineira em processos-crime
Resumo
O sujeito falante só se vê no discurso porque se lhe opera esquecimentos (PÊCHEUX) e, assim, compreende-se que o falante está atravessado por outros discursos (BAKHTIN) que, a rigor, não são seus, como supõe o sujeito do cogito, imaginando-se na origem do que fala (FOUCAULT). Ao operar uma
mudança no cogito cartesiano e propor uma constatação segundo a qual o sujeito existe (é) onde não fala e fala onde não existe (é), Lacan apresenta, também no campo da psicanálise, um sujeito significado pela linguagem. Ao pesquisar documentos do século XIX, percebemos uma outra forma de abordagem a fim de melhor compreendê-lo como instrumento refrator do real. Assim, propomos no presente artigo uma compreensão do ambiente urbano a partir dos instrumentos da Análise do Discurso relacionados à perspectiva psicanalítica sob os conceitos de recalcamento e foraclusão. Os documentos ora analisados deixam escapar, em suas margens, anotações de advogados, promotores ou juízes que apontam para um elemento que está presente no discurso, mas que, devido à pretensa previsão da escrita jurídica, ficou em suspenso, latente, para aparecer em seguida, em outro lugar, sob uma outra marca, igualmente discursiva.
Palavras-Chave: cidade; discurso; recalque; foraclusão.
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