Inteligência artificial e a exploração do direito de imagem a partir dos deepfakes

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Autores

Palavras-chave:

deepfakes, inteligência artificial, direito de imagem, limites éticos, regulamentação

Resumo

O artigo aborda os limites éticos da utilização de tecnologias de inteligência artificial, especificamente deepfakes, na exploração póstuma do direito de imagem. Com os avanços tecnológicos, tornou-se possível recriar imagens e áudios de pessoas falecidas de forma extremamente realista, o que levanta sérias questões sobre privacidade, autenticidade e o uso não autorizado dessas representações. A partir da análise de casos como a recriação da cantora Elis Regina em uma campanha publicitária da Volkswagen, são discutidos os desafios legais e éticos associados ao uso dessas tecnologias. Além disso, o artigo explora o impacto das deepfakes no contexto político, destacando como essas ferramentas podem ser usadas para manipular a opinião pública, especialmente durante períodos eleitorais, ameaçando a integridade democrática. A falta de regulamentação específica para o uso de deepfakes é apresentada como um problema crítico, sendo essencial o desenvolvimento de diretrizes legais que garantam a proteção do direito de imagem e a preservação da dignidade da pessoa humana. A pesquisa sugere a necessidade de um esforço legislativo coordenado para acompanhar as rápidas transformações tecnológicas, promovendo um equilíbrio entre inovação e proteção dos direitos fundamentais.

Biografia do Autor

Pedro Henrique Scoralick Silveira, Faculdade Milton Campos

Graduando em Direito pela Faculdade Milton Campos. Possui Extensão universitária no Programa de Arbitragem Acadêmica da Faculdade Milton Campos. É pesquisador de Iniciação Científica do Projeto "Responsabilidade civil e sistemas de inteligência artificial: perspectivas e desafios contemporâneos", vinculado ao Programa Pró-Ciência, da Ânima Educação.

José Luiz de Moura Faleiros Júnior, Faculdade Milton Campos

Doutor em Direito Civil pela Universidade de São Paulo – USP/Largo de São Francisco. Doutorando em Direito, na área de estudo ‘Direito, Tecnologia e Inovação’, pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Mestre e Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Membro do Instituto Avançado de Proteção de Dados – IAPD e do Instituto Brasileiro de Estudos de Responsabilidade Civil – IBERC. Professor da Graduação e do Mestrado em Direito da Faculdade Milton Campos. Advogado.

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Publicado

2024-12-13

Como Citar

Silveira, P. H. S., & Faleiros Júnior, J. L. de M. (2024). Inteligência artificial e a exploração do direito de imagem a partir dos deepfakes. Inova Jur, 3(2). Recuperado de https://revista.uemg.br/index.php/inovajur/article/view/9193

Edição

Seção

Artigos