Vivências maternas durante a amamentação de filhos com fissura labiopalatina
DOI:
https://doi.org/10.36704/cipraxis.v19i34.7371Palavras-chave:
Aleitamento materno, Fenda labial, Fissura palatinaResumo
Introdução: O leite materno é importante para o desenvolvimento infantil, logo existe a necessidade de incentivo quanto à sua oferta. Entretanto, sabe-se que diversas dificuldades podem surgir durante o processo, tais como, pega e sucção do bebê, privação de sono e cansaço materno, e também as fissuras labiopalatinas, malformações congênitas nas quais o lábio e/ou palato não se desenvolvem de forma adequada, dificultando tanto a sucção e a deglutição, como também o ganho de peso.
Objetivo: Compreender a vivência de mães no processo de aleitamento materno de seus filhos com fissura labiopalatina.
Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo, realizado com mães de crianças com idade entre um e cinco anos incompletos atendidas em uma Associação de Apoio ao Fissurado Labiopalatal. A coleta de dados ocorreu na referida instituição, por meio de entrevistas gravadas utilizando-se de um questionário semiestruturado. Os relatos foram transcritos na íntegra e analisados de acordo com a Análise de Conteúdo proposta por Bardin. O estudo foi desenvolvido após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá.
Resultados: As principais dificuldades relatadas pelas mães durante a amamentação de seus filhos com fissura labiopalatina foram a preocupação com o ganho de peso das crianças, o posicionamento correto do bebê, o cansaço em amamentar, a percepção da dificuldade dos filhos em realizar a pega correta e a sucção efetiva de leite, e o medo de amamentar após os procedimentos cirúrgicos.
Conclusão: Considerando os achados, concluiu-se que as vivências maternas incluem tanto as dificuldades físicas ocasionadas pela fissura, como também aspectos emocionais relacionados ao ganho de peso, cansaço e medo relacionado aos procedimentos cirúrgicos. Destaca-se a importância do auxílio profissional associado à uma rede de apoio efetiva, a fim de evitar um desmame precoce e reduzir a sobrecarga materna.
Referências
ALVES, Y.R. et al. A amamentação sob a égide de redes de apoio: uma estratégia facilitadora. Escola Anna Nery, v. 24, n. 1, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2019-0017. DOI: https://doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2019-0017
AMORIM, S.M.R et al. A prática do aleitamento materno em crianças com fissuras labiopalatinas. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 11, n. 5, p.e296, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.25248/reas.e296.2019. DOI: https://doi.org/10.25248/reas.e296.2019
ANDRADE, H.S.; PESSOA, R.A.; DONIZETE, L.C.V. Fatores relacionados ao desmame precoce do aleitamento materno. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. 13, n. 40, p. 1-11, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.5712/rbmfc13(40)1698. DOI: https://doi.org/10.5712/rbmfc13(40)1698
BARDIN, L. Análise de conteúdo. 5. ed. Lisboa: Edições 70, 2016.
BAUER, D.F.V. et al. Orientação profissional e aleitamento materno exclusivo: um estudo de coorte. Cogitare Enfermagem, v. 24, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v24i0.56532. DOI: https://doi.org/10.5380/ce.v24i0.56532
BRAGA, M.S.; GONÇALVES, M.S.; AUGUSTO, C.R. Os benefícios do aleitamento materno para o desenvolvimento infantil. Braz. J. of Develop., v. 6, n. 9, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.34117/bjdv6n9-468. DOI: https://doi.org/10.34117/bjdv6n9-468
BRASIL. Ministério da Saúde lança campanha de incentivo à amamentação e divulga índices de aleitamento materno no Brasil. 2020. Disponível em: https://rblh.fiocruz.br/smam-2020-ministerio-da-saude-lanca-campanha-de-incentivo-amamentacao-e-divulga-indices-de. Acesso em: 10 jan. 2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
BURIANOVA, I. et al. Breastfeeding after early repair of cleft lip in newborns with cleft lip or cleft lip and palate in a baby-friendly designated hospital. J Hum Lact., v.33, n.3, p.504-508, 2017. Available from: http://dx.doi.org/10.1177/0890334417706062. DOI: https://doi.org/10.1177/0890334417706062
FARINHA, A.L.; RIVAS, C.M.F.; SOCCOL, L.S. Estratégia de ensino-aprendizagem da manobra de Heimlich para gestantes: relato de experiência. Disciplinarum Scientia, v. 22, n. 1, p. 59-66, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.37777/dscs.v22n1-005.
GALLEGO, R. et al. Growth trajectories in children with cleft lip and/or palate. Nutr Hosp, v.40, n.4, p.717-723, 2023. Available from: http://dx.doi.org/10.20960/nh.04620. DOI: https://doi.org/10.20960/nh.04620
HEPPNER, C.E. et al. A Multisite Study Investigating Child and Parent Proxy Reported Quality of Life in Children With Cleft Lip and/or Palate. Cleft Palate Craniofac J., v.60, n.11, p. 1474-1483, 2023. Available from: https://doi.org/10.1177/10556656221105766. DOI: https://doi.org/10.1177/10556656221105766
LESIEUR, E. et al. L’examen échographique d’un fœtus porteur d’une fente faciale doit se faire depuis la lèvre supérieure jusqu’à la luette Ultrasound scan of a fetus with facial cleft must be done from the lip to the uvula. Gynécologie Obstétrique Fertilité & Sénologie., v.49, n.10, p.767-781, 2021. Available from: https://doi.org/10.1016/j.gofs.2021.03.007. DOI: https://doi.org/10.1016/j.gofs.2021.03.007
MOURA, C.O. et al. Methodological path to reach the degree of saturation in qualitative research: grounded theory. Rev Bras Enferm., v75, n.2, p. e20201379, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-1379. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-1379
PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION. PAHO highlights the importance of society in promoting breastfeeding. 2021. Available from: https://brasil.un.org/pt-br/138070-opas-destaca-import%C3%A2ncia-da-sociedade-na-promo%C3%A7%C3%A3o-do-aleitamento-materno. Cited: 10 Feb 2024.
da SILVA, J.L.P. et al. Fatores associados ao aleitamento materno na primeira hora de vida em um Hospital Amigo da Criança. Texto Contexto Enferm., v.27, n.4, p. e4190017, 2018. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072018004190017. DOI: https://doi.org/10.1590/0104-07072018004190017
VILLE, A.P.M. et al. Os desafios e estratégias para amamentação no recém-nascido com fissura labiopalatina. Residência Pediátrica., v.12, n.1, p.1-9, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.25060/residpediatr-2022.v12n1-453. DOI: https://doi.org/10.25060/residpediatr-2022.v12n1-453
VITORINO, A.M. et al. Aleitamento materno entre crianças com fissura labiopalatal: Uma revisão integrativa. Saud Coletiv (Barueri), v.12, n.79, p.11099-114, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.36489/saudecoletiva.2022v12i79p11099-11114. DOI: https://doi.org/10.36489/saudecoletiva.2022v12i79p11099-11114
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Ciência ET Praxis
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.