Comunidades Terapêuticas nas políticas antidrogas: mercantilização e remanicomialização
Resumo
O artigo analisa como as Comunidades Terapêuticas (CTs) são retratadas nas atuais políticas brasileiras sobre drogas e o que representam. É uma pesquisa qualitativa nos seguintes documentos: nova Lei de Drogas; Decreto da nova Política Nacional sobre Drogas; e Portaria da Rede de Atenção Psicossocial. Os resultados apontam para o fomento às CTs assentado em visões moralistas e irreais sobre as drogas e na exigência da abstinência. Utiliza-se de mecanismos retóricos de desvinculação das CTs do seu próprio caráter manicomial, e sem as devidas clarificações e controle. Ademais, aponta-se para a mercantilização e a privatização do cuidado, naturalizando a complementação público-privado. A relevância das CTs se deve ao seu caráter manicomial e, sobretudo, à funcionalidade na manutenção e reprodução do capitalismo no atual estágio de desenvolvimento no Brasil, como expressões do próprio.
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