A educação pode ser libertadora sem antes libertar a si mesma?

reflexões para a prática de uma educação em artes antirracista.

Autores

  • Felipe Messias Universidade Federal de Minas Gerais
  • Genesco Alves de Sousa Universidade do Estado de Minas Gerais

Palavras-chave:

arte, educação, história, antirracismo

Resumo

“O etnocentrismo é um termo que designa o sentimento de superioridade que uma cultura tem em relação a outras. Consiste em postular indevidamente como universais os valores próprios da sociedade e da cultura a que o indivíduo pertence” (GOMES, 2005, p. 53). Sem perder de vista esta noção, este artigo pretende apresentar reflexões sobre a possibilidade de configuração de uma educação comprometida com a pauta antirracista. Acreditamos que isso só será possível rompendo com as percepções da negritude como recorte e da branquitude como sinônimo de universal.

Biografia do Autor

Felipe Messias, Universidade Federal de Minas Gerais

Mestrando em Comunicação Social pelo Programa de Pós-graduação em Comunicação Social da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (FAFICH/UFMG). Especialista em Processos Criativos em Palavra e Imagem pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Licenciado em Artes Visuais pela Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais (ED/UEMG).  Bacharel em Comunicação Social (2008) pela Faculdade Promove de Minas Gerais. Atualmente é bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e artista visual, tendo como linguagem predominante a fotografia.

Genesco Alves de Sousa, Universidade do Estado de Minas Gerais

Doutorando em Estudos do Lazer pela EEFFTO/UFMG. Mestre em Letras: Linguagens e Representações pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC/ Bahia). Especialista em Educação e Relações Étnico-Raciais (UESC/ Bahia). Bacharel em Artes Plásticas pela Escola Guignard/ UEMG. Integrante do Centro de Estudos em Design da Imagem (ED/UEMG), dos Grupos de Pesquisa Aprendizagem Na Prática Social (COLTEC/EEFFTO/ UFMG/ CNPq) e Quebra-cabecedário: projetos sob nonsense (ED/ UEMG/ CNPq). Membro da Associação de Resistência Afrobrasileira Jacutá de Iansã (ARCA Brasileira) e do Nzo Atim Kitalodé. Realiza projetos de pesquisa e de extensão nos contextos do Reinado Mineiro (ED / ESMU/ UEMG) e do Candomblé (EEFFTO/UFMG) e participa do Programa Encontro de Saberes (UEMG).

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Publicado

2022-06-02

Como Citar

Messias, F., & Alves de Sousa, G. (2022). A educação pode ser libertadora sem antes libertar a si mesma? : reflexões para a prática de uma educação em artes antirracista. Revista Transverso, (11), 65–76. Recuperado de https://revista.uemg.br/index.php/transverso/article/view/5625

Edição

Seção

Artigos