Formação docente na perspectiva da educação para as relações étnico-raciais:

a insurgência contemporânea de uma aprendizagem da docência antirracista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36704/eef.v27i51.7095

Palavras-chave:

Educação antirracista, Curso de Pedagogia, Formação de professores, Aprendizagem da docência, Educação para relações étnico-raciais

Resumo

Este artigo objetiva compreender os fundamentos epistemológicos, culturais, educacionais e políticos do Curso de Pedagogia da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab) e sua contribuição para uma aprendizagem da docência em uma perspectiva antirracista. O estudo de abordagem qualitativa foi realizado em 2022 e está fundamentado nos estudos decoloniais (GONÇALVES; SILVA, 2000; QUIJANO, 2002; GOMES, 2018; MIGNOLO, 2019). Adotou-se a pesquisa narrativa para a análise de aspectos de uma trajetória formativa no curso. Evidencia-se que, na formação inicial, se comprometida com outras perspectivas epistemológicas e culturais, como no caso da afrocentricidade como base formadora, é possível um pensar contra-hegemônico e descolonizante do aprender e da ação docente, constituindo um percurso para uma aprendizagem da docência em perspectiva antirracista.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tiago Morais de Freitas, Universidade Estadual do Ceará

Mestrando em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará (PPGE/UECE), na Linha de Pesquisa Formação e Desenvolvimento Profissional. Bacharel em Humanidades e Pedagogo pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB). Integrante do Grupo de Pesquisa Educação, Cultura escolar e Sociedade (EDUCAS/UECE) e Grupo AMANDLA - estudo, pesquisa e extensão sobre política pública: raça/etnia, gênero, desenvolvimento e territorialidade da UNILAB.

Francisco Mirtiel Frankson Moura Castro, Universidade Estadual do Ceará

Pós-doutor em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Doutor em Educação pela
Universidade Estadual do Ceará (UECE). Professor do Setor de Metodologia e Pesquisa em
Educação da Faculdade de Educação de Itapipoca (FACEDI), campus da Universidade Estadual do
Ceará (UECE) e do Programa de Pós-Graduação em Educação da UECE. Integra o Grupo de
Pesquisa Educação, Cultura Escolar e Sociedade (EDUCAS/UECE).

Referências

ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar. In: Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora / Elisa Larkin Nascimento (Org.). São Paulo: Selo Negro, 2009. p. 93-109.

ARROYO, Miguel G. Currículo, território em disputa. Editora Vozes Limitada, 2014.

ARROYO, Miguel G. Outros sujeitos, outras pedagogias. Editora Vozes, 2012.

APPLE, Michael W. Ideologia e currículo. Artmed Editora, 2006.

BRASIL. Resolução CNE/CP 1, de 18 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Conselho Nacional de Educação, 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_02.pdf. Acesso em: 16 out. 2021.

BRASIL. Resolução CNE/CP nº1, de 15 de maio de 2006. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. Conselho Nacional de Educação, 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf. Acesso em: 16 out. 2021.

BRASIL. Lei Federal nº 12.289 de 20 de julho de 2010. Dispõe sobre a criação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB). Diário Oficial da União. Brasília, 20 de julho de 2010.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 dez. 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 26 abr. 2022.

BRASIL. Lei 10.639/2003, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 16 ago. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília-DF: MEC/SEPPIR, 2004.

BRASIL. Lei 11.645/20008, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Diário Oficial da União. Brasília, 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 16 ago. 2021.

CRESWELL, John. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto / John W. Creswell; tradução Magda Lopes; consultoria, supervisão e revisão técnica desta edição Dirceu da Silva. - 3. ed. - Porto Alegre: Artmed, 2010. 296 p.

CANDÉ MONTEIRO, Artemisa Odila; LIMA, Ivan Costa. Unilab 10 anos: Experiência, desafios e perspectivas de uma Universidade Internacional com a África e Timor-Leste no interior da Bahia e Ceará. - v.1 [recurso eletrônico] / Artemisa Odila Candé Monteiro; Ivan Costa Lima (orgs). - Fortaleza: Imprece, 2021.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.

FARIAS, Isabel Maria Sabino de; SILVA, Silvina Pimentel; CASTRO, Francisco Mirtiel Frankson Moura. Aprender a ensinar pelos caminhos da narrativa / Isabel Maria Sabino de Farias, Silvina Pimentel Silva, Francisco Mirtiel Frankson Moura Castro. Fortaleza, CE: Editora da UECE, 2021.

FREITAS, Tiago Morais de. OLIVEIRA, Evaldo Ribeiro de. FORMAÇÃO AFROCENTRADA E DESCOLONIZAÇÃO CURRICULAR DA EDUCAÇÃO BÁSICA: EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS. Revista África e Africanidades, Ano XIII – n. 36, nov. 2020. Disponível em:https://africaeafricanidades.com.br/documentos/Dossie%20Tematico%20-%20Educacao%20para%20as%20Relacoes%20Etnico-Raciais.pdf#page=143. Acesso em: 15 mai. 2022.

GONÇALVES, Luiz Alberto Oliveira; SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves. Movimento negro e educação. Revista brasileira de educação, p. 134-158, 2000. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/8rz8S3Dxm9ZLBghPZGKtPjv/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 15 mai. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-24782000000300009

GOMES, Nilma Lino. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2018.

GATTI, Bernardete A. Perspectivas da formação de professores para o magistério na educação básica: a relação teoria e prática e o lugar das práticas. Revista da FAEEBA-Educação e Contemporaneidade, v. 29, n. 57, p. 15-28, 2020. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/faeeba/index. Acesso em: 15 mai. 2022. DOI: https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2020.v29.n57.p15-28

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Editora Cobogó, 2020.

LIMA, Antonio Jhonata de Oliveira. Estágio supervisionado e relações étnico-raciais: a construção do pedagogo na perspectiva de educação antirracista. 2019. 78 f. TCC (Graduação) - Curso de Pedagogia, Instituto de Humanidades e Letras, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Redenção-CE, 2019. Disponível em: https://repositorio.unilab.edu.br/jspui/handle/123456789/1946. Acesso em: 20 jul. 2022.

LOPES, Nei; SIMAS, Luiz Antonio. Filosofias africanas: uma introdução / Nei Lopes e Luiz Antonio Simas. - 1a ed. - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2020.

MUNANGA, Kabengele. Por que ensinar a história da África e do negro no Brasil de hoje?. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, p. 20-31, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rieb/a/WxGPWdcytJgSnNKJQ7dMVGz/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 20 jul. 2022.

MIGNOLO, Walter. A colonialidade está longe de ter sido superada, logo, a decolonialidade deve prosseguir. São Paulo: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, 2019. Disponível em: https://assets.masp.org.br/uploads/temp/temp-YC7DF1wWu9O9TNKezCD2.pdf. Acesso em: 20 jul. 2022.

MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Indagações sobre currículo: currículo, conhecimento e cultura. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2017. p. 01-48.

NASCIMENTO, Elisa Larkin. Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora / Elisa Larkin Nascimento (Org.). São Paulo: Selo Negro, 2009.

NÓBREGA-THERRIEN, Sílvia Maria; THERRIEN, Jacques. Trabalhos científicos e o estado da questão. Estudos em avaliação educacional, v. 15, n. 30, p. 5-16, 2004. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/eae/article/view/2148. Acesso em: 20 out. 2022. DOI: https://doi.org/10.18222/eae153020042148

O POVO. Unilab é a 2ª melhor universidade do Ceará, aponta indicador do MEC. Jornal O povo, 2020. Disponível em: https://www.opovo.com.br/noticias/ceara/2020/01/07/unilab-e-a-2---melhor-universidade-do-ceara--aponta-indicador-do-mec.html. Acesso em: 20 jul. 2022.

PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira. A pesquisa narrativa: uma introdução. Revista Brasileira de Linguística Aplicada [online]. 2008, v. 8, n. 2. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1984-63982008000200001. Acesso: 30 mai. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/S1984-63982008000200001

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade, poder, globalização e democracia. Novos Rumos, n° 37, 2002. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/novosrumos/article/view/2192. Acesso em: 30 mai. 2022.

QUIJILA, Abel Calombo. et al. Unilab 10 anos: desafios e possibilidades no processo de implantação de uma universidade internacional com África no interior do Ceará. In: CANDÉ MONTEIRO, Artemisa Odila; LIMA, Ivan Costa. Unilab 10 anos: Experiência, desafios e perspectivas de uma Universidade Internacional com a África e Timor-Leste no interior da Bahia e Ceará. - v.1 [recurso eletrônico] / Artemisa Odila Candé Monteiro; Ivan Costa Lima (Orgs). - Fortaleza: Imprece, 2021.

RIBEIRO, Matilde. Políticas de promoção da igualdade racial: impulso às ações afirmativas e à educação étnico-racial. Revista Pedagógica, v. 16, n. 33, p. 109-126, 2014. Disponível em: https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/pedagogica/article/view/2845. Acesso em: 15 mai. 2022. DOI: https://doi.org/10.22196/rp.v16i33.2845

REIS, João José. “Nos achamos em campo a tratar da liberdade”: a resistência escrava no Brasil oitocentista. Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). Formação: histórias. São Paulo: Editora do Senac, 2000. p. 241-263.

SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves e. Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no Brasil. Educação, Porto Alegre, v. 30, p. 489-506, 2007. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/2745. Acesso em: 15 mai. 2022.

SOMÉ, Sobonfu. O espírito da intimidade - ensinamentos ancestrais africanos sobre relacionamentos. 2. ed. Tradução de Deborah Weinberg. São Paulo: Odysseus Ed, 2007.

UNILAB. Projeto Pedagógico Curricular de Licenciatura em Pedagogia - Ceará. Redenção (CE), julho de 2016. Disponível em: https://unilab.edu.br/wp-content/uploads/2016/01/Projeto-Pedag%c3%b3gico-Curricular-do-Curso-de-Licenciatura-em-Pedagogia-Campi-Liberdade-e-Palmares.pdf?_ga=2.126000973.1515249235.1657652372-806150075.1654625849. Acesso em: 12 Jul. 2022.

UNILAB. Unilab em Números. Painéis da Transparência da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira. Redenção, 2022, Disponível em: https://unilab.edu.br/unilab-em-numeros/. Acesso em: 12 Jul. 2022.

Downloads

Publicado

06/04/2024

Como Citar

Freitas, T. M. de, & Castro, F. M. F. M. (2024). Formação docente na perspectiva da educação para as relações étnico-raciais: : a insurgência contemporânea de uma aprendizagem da docência antirracista. Educação Em Foco, 27(51), 1–31. https://doi.org/10.36704/eef.v27i51.7095