A aquisição da língua escrita: uma abordagem dialógica-enunciativa bakhtiniana na alfabetização

Resumo

Buscando compreender o ensino da língua na fase de aquisição da língua escrita, este texto discorre a partir da concepção de linguagem dialógica-enunciativa bakhtinana, uma vez que acreditamos o ensino da língua como processo discursivo através das interações entre os sujeitos, seja mais eficaz para o desenvolvimento da criança enquanto ser de linguagem. É importante discutirmos esse processo, visto que ainda acredita-se que alfabetizar é apenas ensinar as letras, “sons das letras” e famílias silábicas. Olhando por outro ângulo buscamos novas concepções de ensino da língua que sejam mais eficientes para a formação da criança. Acreditamos que a escrita da criança é uma resposta a enunciados retrospectivos que nos permitem constituir enunciados prospectivos. Bakhtin (2016; 2019; 2020), Volóchinov (2020; 2021), Medvédev (2012) nos ajudam a constituir a concepção de linguagem enunciativa assumida aqui e Smolka (1999), Goulart e Gonçalves (2013) auxiliam a discussão acerca da alfabetização enquanto processo discursivo. Inspirados no paradigma indiciário de Abaurre, Fiad e Mayrink-Sabinson (1997), analisamos e refletir sobre o conhecimento que a criança demonstra conceber da língua escrita. Acreditamos que quando os alunos escrevem, eles escrevem se mostrando verdadeiros sujeitos de linguagem.