As vozes que constroem o Brasil Moreno
Abstract
Este artigo tem por objetivo apresentar uma análise, a partir de um editorial, do papel que as vozes de autoridades (ou da Ciência) exercem na interação entre o autor de um editorial e seus possíveis leitores. No editorial, publicado na Folha UOL em 29 de julho de 2011, sob o título de Brasil Moreno, o enunciador propõe que se inclua uma nova categoria nas pesquisas realizadas pelo IBGE sobre a questão da raça no Brasil. Ele parte do princípio de que as recentes pesquisas do IBGE dão mostra de que o termo “pardo” está em desuso, devido à preferência dos brasileiros pelo termo “moreno”. Em consequência disso, o editorialista sugere a inclusão desta categoria nas próximas pesquisas, ao lado do termo “pardo”. Para convencer o leitor (enunciatário) a respeito dessa necessidade, o enunciador usa uma série de estratégias discursivas; dentre elas, as mais ousadas estratégias enunciativas polifônicas. Para proceder a essa investigação, tomamos por base a perspectiva enunciativa e polifônica do Modelo de Análise Modular do Discurso (MAM), por nos possibilitar um percurso teórico que dá conta da complexidade discursiva do texto Brasil moreno com suas várias vozes distribuídas em seus complexos níveis de interação.
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