Legal Design, direito como mercadoria

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36704/pendes.v3i1.7033

Palavras-chave:

Legal design, visual law, direito, design centrado no ser-humano, literatura gestorial

Resumo

Legal Design é uma aplicação do design gráfico aos processos jurídicos. Segundo Margaret Hagan, pioneira na aplicação do design centrado no ser humano ao direito, o legal design torna os sistemas e serviços jurídicos mais centrados no ser humano, utilizáveis e satisfatórios. O que propomos neste texto é uma reflexão crítica sobre o modelo adotado por essa abordagem chamada de legal design. Começamos indicando a difusão desse termo no Brasil, buscando as origens do chamado design centrado no ser humano e indicando o seu uso no campo da literatura gestorial. Em seguida, discutimos o emprego da linguagem visual no âmbito do direito e o potencial representativo de diferentes linguagens, uma vez que a adoção da linguagem visual é apresentada como solução para as dificuldades de comunicação trazidas pelo jargão jurídico. E, por fim, questionamos a adoção de um vocabulário próprio da literatura gestorial, fundamentadas na ideia do indivíduo como consumidor, como alternativa para tornar o direito mais acessível e centrado no ser humano.

Biografia do Autor

Priscila Borges, Universidade de Brasília

Professora adjunta na Faculdade de Comunicação (FAC), no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e no Programa de Pós-graduação em Metafísica (PPGμ) da Universidade de Brasília, UnB. Doutora (2010) e mestre (2005) em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, tendo realizado estágio de pesquisa doutoral por um ano no Peirce Edition Project (IUPUI, Indiana, USA). Realizou de julho de 2021 a julho de 2022 estágio pós-doutoral no Programa de Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP. Pesquisa filosofia e semiótica peirceana, em especial o sistema de 66 classes de signos para o qual desenvolveu o modelo visual Signtree.

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Publicado

13/09/2023

Como Citar

Borges, P. (2023). Legal Design, direito como mercadoria. Pensamentos Em Design, 3(1), 63–73. https://doi.org/10.36704/pendes.v3i1.7033

Edição

Seção

Artigo Completo