Reflexões acerca das requisições ao trabalho do/a assistente social na alta complexidade em saúde

Authors

  • Jacqueline Fernandes Andreani Assistente Social graduada no Curso de Serviço Social da UFRGS
  • Miriam Thais Guterres Dias Departamento de Serviço Social UFRGS https://orcid.org/0000-0002-3881-4961
  • Ana Kelen Dalpiaz Doutorando do PPG da PUC-RS

Abstract

O artigo visa apresentar as requisições necessárias ao trabalho do/a assistente
social que atua em hospitais, e os respectivos desafios e possibilidades de atuação. Para estas requisições são imprescindíveis a intersetorialidade, interdisciplinaridade e educação permanente no trabalho profissional, na perspectiva do princípio da integralidade, fundamental no Sistema Único de Saúde para o alcance deste direito social para a população.
A metodologia consistiu em pesquisa bibliográfica em periódicos nacionais da área de serviço social, de 2000 a 2019. O resultado aponta que trabalho profissional nos hospitais tem fragilidade no trabalho interdisciplinar e na educação permanente, ausência de intersetorialidade, e que a integralidade é almejada pelos/as assistentes sociais. Conclui-se que apesar dos avanços quanto a superação do modelo biomédico na política de saúde, o contexto
hospitalar ainda reproduz estas práticas. E o assistente social pode ressignificar seu trabalho nos hospitais, com ações na qualificação profissional, possibilitando reflexões e provocando mudanças necessárias.

Author Biographies

Miriam Thais Guterres Dias, Departamento de Serviço Social UFRGS

Mestrado Política Social e Serviço Social

Pesquisadora Produtividade CNPQ

Ana Kelen Dalpiaz, Doutorando do PPG da PUC-RS

Assistente Social do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Mestra em PPG Política Social UFRGS

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Published

2021-12-28

How to Cite

Andreani, J. F., Dias, M. T. G., & Dalpiaz, A. K. (2021). Reflexões acerca das requisições ao trabalho do/a assistente social na alta complexidade em saúde. Serviço Social Em Debate, 4(2). Retrieved from https://revista.uemg.br/index.php/serv-soc-debate/article/view/4666