Na mira do SNI

O Serviço Nacional de Informações e seu sistema de vigilância e repressão aos parlamentares paraibanos

Resumo

O presente trabalho problematiza a trajetória de três parlamentares arenistas que estiveram sob vigilância do SNI durante os anos do regime (Wilson Leite Braga, Antônio Marques da Silva Mariz e Ernâni Aires Sátiro) e que conseguiram permanecer e crescer no campo, mesmo em meio a instauração de inquéritos e aberturas de processos de cassação. Para tanto, a pesquisa pretende contribuir com os trabalhos recentes que aborda o período inicial do Regime Militar Brasileiro, dialogando com autores como Motta (2014), Reis Filho (2014) e Veras (2018) acerca dos aspectos de acomodação e conciliação ocorridos entre integrantes da elite política e os governos militares. Do ponto de vista metodológico, o trabalho segue o pensamento de autores como Schmidt (2012), Schwarcz (2013) e Bourdieu (1996), sobre a escrita biográfica, e o método prosopográfico, conforme propõe Charle (2006) e Noronha (2011). Assim, por meio de pesquisa online nos documentos do SNI presentes no Arquivo Nacional (Dossiês e juízos sintéticos), o trabalho analisou a estrutura de organização desse órgão, problematizando como os seus setores mais superiores interferiam diretamente na anulação de processos de cassação, quando estes referiam-se a parlamentares que cooperavam de algum modo com a manutenção do próprio regime.