Luta e resistência

As universidades e o movimento estudantil durante as décadas de 1960 e 1970

Autores

  • Bruna Ferreira Lopes Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, campus Passos

Palavras-chave:

Ditadura militar, Movimento Estudantil, Universidades brasileiras

Resumo

O presente artigo tem como objetivo analisar os desdobramentos da atuação das universidades e do Movimento Estudantil entre os anos de 1960 a 1970, marcados pela instauração da ditadura militar no Brasil. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa de abordagem bibliográfica qualitativa ao se propor dialogar com os discursos presentes na historiografia acerca das frentes de atuação política durante os anos de repressão, o que pode-se verificar a necessidade de ampliar os estudos acerca da atuação estudantil após o golpe. Deste modo, esta pesquisa busca compreender o papel das universidades e de seus estudantes como importante frente de resistência à ditadura militar. Tendo em vista o contexto histórico, os centros universitários transformaram-se em um verdadeiro palco da efervescência cultural do período, tornando-se o ponto de encontro entre os interesses providos do processo de urbanização e industrialização ao mesmo tempo em que, com o golpe de 1964, tornaram-se também importantes centros de recrutamento para a atuação de frentes de esquerda e como consequência, alvo das ações repressivas dos militares como narrado por meio deste texto

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Publicado

2023-12-19

Como Citar

Ferreira Lopes, B. (2023). Luta e resistência: As universidades e o movimento estudantil durante as décadas de 1960 e 1970. Revista Histórias Públicas, 1(2), 145–168. Recuperado de https://revista.uemg.br/index.php/historiaspublicas/article/view/6943

Edição

Seção

Dossiê Ditadura e Autoritarismo: necropolítica, negacionismo, arquivos e usos do passado - Parte II