Um historiador por si mesmo:
Entrevista com Ronaldo Vainfas
Palavras-chave:
Entrevista, Ronaldo Vainfas, InquisiçãoResumo
Conversar com Ronaldo Vainfas, em qualquer situação, é motivo de aprendizagem e regozijo. Seja nos bastidores de congressos; seja na Academia, em reuniões de trabalho, bancas, discutindo livros, eventos e projetos; seja em sua casa, quando não há limite de assuntos. Sempre misturando o profissional e a amizade, destes longos tempos de convívio. O tempo parece passar mais rápido do que esperávamos, surpreendidos com o bom humor, a sensibilidade, franqueza, gentileza e astúcia de um historiador atento ao mundo e à História. Também pudera: Vainfas é, reconhecidamente, das maiores referências historiográficas, com seus textos de escrita envolvente e leitura obrigatória.
Tudo isso pode ser percebido nesta entrevista que propomos fazer com ele (prontamente aceita) a quatro cabeças – Angelo Assis, Pollyanna Mendonça e Yllan de Mattos, seus ex-orientandos, e Alécio Fernandes, que também teve a vida acadêmica entremeada por Ronaldo. Todos nós, aliás, não apenas seus admiradores e amigos, mas também parceiros em diversos trabalhos. A ponto de organizarmos, em 2016 e 2017, respectivamente, um evento e um livro em homenagem ao Ronaldo – Um historiador por seus pares: trajetórias de Ronaldo Vainfas. O título desta entrevista faz referência a isto: depois de ter sua obra destrinchada e louvada por pesquisadores de renome, convidamos o próprio Ronaldo a refletir sobre a História e sobre si.
Assim, propomos que cada um fizesse – sem que os demais soubessem antecipadamente o teor de suas intervenções – duas questões ao Professor Vainfas, que as respondeu com toda a vivacidade, crítica e refinamento que lhe são peculiares. Respostas, vale dizer, que vão além do formalismo dos questionamentos, abrindo frentes novas no debate, sem fugir das lutas e polêmicas, com sua argumentação eruditíssima, provocativa e instigante, apontando para percepções e vivências de um de nossos principais historiadores em atividade. O que o leitor tem em mãos é a rara oportunidade de acompanhar esse debate, mesclando a intimidade do longo convívio com o refinamento historiográfico do mestre. Em muitos sentidos, a História Pública em grande dimensão. Uma conversa, como dito acima, mais do que uma entrevista. E como não poderia deixar de ser, uma verdadeira aula.
Referências
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