A INTEGRAÇÃO DOS REFUGIADOS NO BRASIL

Fatores históricos e protocolos de gestão implementados

Autores

Palavras-chave:

Refugiados., Políticas Públicas., Integração de Imigrantes.

Resumo

No Brasil, é cada vez mais frequente a vinda de pessoas de outras nacionalidade, muitas dessas em situação de refúgio. Segundo dados da Polícia Federal, o Brasil reconheceu mais de 180 mil refugiados entre 2015 e 2020. Com base em acordos globais e humanitários, dada a necessidade de atender essas pessoas, é fundamental a estruturação de estratégias para organização e acolhimento dessas pessoas. A fim de entender um pouco mais sobre políticas púbicas para o atendimento dessa população, a presente pesquisa propôs-se à análise e levantamento de estudos recentes sobre políticas públicas voltadas à pessoas em situação de refúgio no Brasil. Os estudos evidenciados permitiram observar e concluir que os desafios vão além de estrutura econômica e moradia. Apesar de o Brasil possuir uma política de acolhimento ao refugiado reconhecida internacionalmente, nem o Estado, nem as ações articuladas por agentes não estatais conseguem suprir as demandas de forma efetiva. A pretendida integração dos refugiados encontra suas barreiras na adaptação social e cultural, bem como em certa resistência por parte da população nacional, dificuldade em relação a linguagem e recorrentes precariedades a que os refugiados estão sujeitos no mercado de trabalho e problemas específicos como a xenofobia. Além disso, observa-se que as estratégias muitas vezes consistem em ações pontuais e imediatas, o que pode reduzir a eficiência do Estado frente aos desafios complexos ligados ao refúgio.

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Publicado

2022-06-10

Como Citar

Fagundes Postiglioni, G., & Augusto Diniz Pereira, B. (2022). A INTEGRAÇÃO DOS REFUGIADOS NO BRASIL: Fatores históricos e protocolos de gestão implementados. Perspectivas Em Políticas Públicas, 14(28), 83–99. Recuperado de https://revista.uemg.br/index.php/revistappp/article/view/5752

Edição

Seção

Artigos