Saberes Afrodiaspóricos – SULear olhares, trançar sentidos

Autores

  • Marta Ferreira
  • Jackeline Rodrigues Mendes

Resumo

Este ensaio tem por objetivo refletir sobre as escritas outras bem como suas narrativas existentes e invisibilizadas pela ordem ocidental. Pensar as riquezas das narrativas que encontramos e experienciamos nos espaçostempos de religiosidades afrodiaspóricas dos terreiros de candomblés, que comporta sempre um aspecto performativo (SCHIFFLER, 2017), oral e escrito outro, o que faz SULear nossos diálogos com/nesses espaçostempos. São epistemes sul-sul, carregadas de significados, significantes, ressignificações contidas nesse mundo predominantemente ocidental. Sobreviventes dos epistemicídios que nos assolaram e assolam das mais variadas formas; epistemicídio que desperdiça muita experiência social e reduz a diversidade epistemológica, cultural e política do mundo (SANTOS e MENESES, 2010). Pensar que, por outro lado, também é subversão de uma ordem estabelecida, um exemplo de desobediência epistêmica. Fazendo um exercício, uma tentativa de perceber como essas práticas não eurocentradas podem ser lidas como rasuras provocadas pelas tensões das relações dos espaçostempos variados, em que valores normativos ocidentais vigentes e “letrados” contidos e constitutivos da escola vão de encontro aos saberes construídos e ressignificados nos espaçostempos afrodiaspóricos dos terreiros de candomblés e como o epistemicídio, que tem por objetivo nosso apagamento enquanto povo afrodiaspórico, fortalece a que propagação de uma só narrativa válida, invisibilizando e silenciando tantas outras narrativas.

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Publicado

04-10-2019

Como Citar

Ferreira, M., & Mendes, J. R. (2019). Saberes Afrodiaspóricos – SULear olhares, trançar sentidos. Revista Interdisciplinar Sulear. Recuperado de https://revista.uemg.br/index.php/sulear/article/view/4158