Colonização e identidade étnico-racial
um estudo empírico sobre as populações pretas, pardas e indígenas no município de Jaguaripe, Ceará
DOI:
https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i1.9450Palavras-chave:
Colonização, Cultura Negra, Cultura Indígena, ResistênciaResumo
Este estudo analisou o conhecimento dos integrantes do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do IFCE – Campus Jaguaribe acerca dos processos históricos de colonização e resistência das populações negras (pretas e pardas, conforme classificação do IBGE) e indígenas no município. Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, realizada com 18 participantes, entre março e junho de 2019, mediante aplicação de questionário estruturado. Os dados revelaram que 66,7% dos respondentes desconhecem a história local de colonização, enquanto 33,3% a atribuem a sujeitos racializados como brancos, pardos e mestiços. A maioria reconhece a “Fábula das Três Raças”, embora sem articulação crítica com o mito da democracia racial. A baixa autodeclaração como preta (27,8%) reforça os efeitos do racismo epistêmico e do apagamento histórico. O estudo evidencia a urgência do fortalecimento de processos de (auto)identificação étnico-racial e da descolonização curricular, posicionando o NEABI como espaço estratégico de resistência e reconstrução de memórias historicamente silenciadas.
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