Fenotipia do silenciamento na Ciência
“E eu mulher negra, não sou uma cientista?”
DOI:
https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i2.9481Palavras-chave:
Ensino de ciências; Decolonialidade; Formação de professores; Mulheres negras na ciência.Resumo
O presente trabalho tem como objetivo analisar a construção universal da representação imagética do cientista, que muito têm colaborado para a exclusão e silenciamento de mulheres negras na ciência, se tratando do imaginário social de um país estruturalmente racista. Através de uma revisão bibliográfica, compôs-se o cenário que (des) considera Educação e Mulheres na Ciência mais precisamente quanto às mulheres negras como também produtoras de conhecimento, destacando como a formação de professores em uma perspectiva antirracista e decolonial torna-se imprescindível para transgredir estratégias de manutenção do poder, tais como: imagens de controle, imperialismo cultural e regime racializado de representação. A análise tem como base o contexto do audiovisual, mais precisamente quanto à produção cinematográfica de filmes em perspectiva científica, que nos leva a perceber o quão longe ainda estamos de enxergar o cientista para além de um olhar monocultural e que apresente diversidade de gênero.
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