Fenotipia do silenciamento na Ciência

“E eu mulher negra, não sou uma cientista?”

Autores

  • Brunna Alves da Silva Universidade Federal de Uberlândia

DOI:

https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i2.9481

Palavras-chave:

Ensino de ciências; Decolonialidade; Formação de professores; Mulheres negras na ciência.

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo analisar a construção universal da representação imagética do cientista, que muito têm colaborado para a exclusão e silenciamento de mulheres negras na ciência, se tratando do imaginário social de um país estruturalmente racista. Através de uma revisão bibliográfica, compôs-se o cenário que (des) considera Educação e Mulheres na Ciência mais precisamente quanto às mulheres negras como também produtoras de conhecimento, destacando como a formação de professores em uma perspectiva antirracista e decolonial torna-se imprescindível para transgredir estratégias de manutenção do poder, tais como: imagens de controle, imperialismo cultural e regime racializado de representação. A análise tem como base o contexto do audiovisual, mais precisamente quanto à produção cinematográfica de filmes em perspectiva científica, que nos leva a perceber o quão longe ainda estamos de enxergar o cientista para além de um olhar monocultural e que apresente diversidade de gênero.

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Publicado

2025-11-04

Como Citar

Alves da Silva, B. (2025). Fenotipia do silenciamento na Ciência: “E eu mulher negra, não sou uma cientista?”. SCIAS. Direitos Humanos E Educação, 8(2), 721–738. https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i2.9481