Educação e cultura afro-amazônica

ecos da diáspora negra na tradição do carimbó

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i2.9504

Palavras-chave:

Diáspora negra; carimbó; educação decolonial; racismo estrutural.

Resumo

O presente artigo analisa a interseção entre educação e cultura afro-amazônica, com foco na tradição do carimbó como expressão da diáspora negra. A partir de uma revisão bibliográfica, são destacados autores como Geertz (1989), Hall (2006), Lopes (2004) e Almeida (2018), que fundamentam discussões sobre identidade cultural, resistência e o impacto do racismo estrutural no Brasil. Argumenta-se que o carimbó, enquanto prática cultural afro-amazônica, não apenas preserva a memória e a ancestralidade africana, mas também atua como instrumento pedagógico de valorização da diversidade e superação de desigualdades. A inclusão dessas práticas nos currículos escolares, especialmente após a Lei 10.639/2003, é apresentada como essencial para construir narrativas educativas que combatam preconceitos e promovam uma pedagogia decolonial voltada à emancipação e ao fortalecimento identitário.

Biografia do Autor

Odirley Antonio da Silva Medeiros, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

Mestrando em Educação e Cultura no Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura - PPGEDUC - Campus Universitário de Cametá/UFPA, Cursando Especialização em Saberes e Práticas Afro-brasileiras e Indígenas na Amazônia pelo Instituto Federal do Pará Campus Tucuruí. Graduado em licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade do Estado do Pará. Especialista em Educação Física Escolar. Trabalhou no cargo efetivo de auxiliar de laboratório pela UEPA. Tem experiência na educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental com trabalhos promovendo atividades corporais que se expressam nos jogos, lutas, esportes, ginástica e dança e também trabalhos de conscientização e prevenção sobre bullying e suas consequências físicas e emocionais, inclusive contra as pessoas negras e deficientes. Tem interesse de estudo em saberes culturais, educação na Amazônia, em culturas, linguagens e tecnologias. Atua como professor efetivo na Prefeitura Municipal de Breu Branco e Novo Repartimento. Participa do Grupo de Pesquisa do CNPq - GEPLAES - Grupo de Estudos e Pesquisa em Linguagem, Afetividade, Emoções e subjetividade, coordenado pelo Prof Dr. Raimundo Nonato de Oliveira Falabelo. 

Raimundo Nonato de Oliveira Falabelo, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

Professor Titular da Universidade Federal do Pará/Campus de Abaetetuba/Faculdade de Educação/Curso de Licenciatura em Pedagogia; Professor do PPGEDUC - Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura do Campus Universitário de Cametá/UFPA. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Infância e Filosofia - GEPEIF/UFPA/CNPq; Coordenador do Grupo de Pesquisa GEPLAES - Linguagem, Afetividade, Emoções e Subjetividade/UFPA/CNPq; Mestre em Educação (Área de Concentração em Educação Popular)/ UFPB (1996); Doutor em Educação/Universidade Metodista de Piracicaba (2005), ênfase em Linguagem / Alfabetização e sua indissociabilidade às instâncias afetivas e emocionais; Especialização em Leitura e Literatura: Formação de Leitores (2018) - UFPA; desenvolvo estudos no campo em Sociologia da Linguagem e das Emoções; Sociologia do Sujeito e processos de constituição da Subjetividade e Linguagem. A Imaginação Sociológica busca captar as diversas maneiras e nuances de como as pessoas significam suas vidas e empreendem suas ações; o empreendimento sociológico é apreender as significações e as histórias humanas, sempre produzidas em condições de intersubjetividade e interdiscursividade. Minha tarefa é organizar, em narrativas, essas significações em um todo unitário, coerente e crítico. O lócus de investigação é educação e a sala de aula em sua especificidade de práxis teórico metodológica. 

Referências

ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. Pôrto Alegre: Sueli Carneiro, 2018.

BHABHA, Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.

CARVALHO, José Jorge de. Cultura afro-brasileira e identidade nacional. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1989.

COLLINS, Patrícia Hill. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. São Paulo: Boitempo, 2021.

COSTA, Jurácy. Interculturalidade e descolonização: reflexões sobre relações raciais e educação. Salvador: EDUFBA, 2021.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.

GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1989.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

LOPES, Nei. Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana. São Paulo: Selo Negro, 2004.

LOPES, Antônio; FABRIS, Marina. Discriminação negativa e processos de in/exclusão social. São Paulo: Editora Sociologia & Política, 2017.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: Vozes, 2000.

MACIEL, José. Carimbó e identidade afro-amazônica. Belém: UFPA, 1983.

MACIEL, Marco Aurélio. Carimbó: um canto caboclo. Dissertação (Mestrado em Antropologia) - Universidade Federal do Pará, Belém, 1987.

SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

SOUZA, Jessé. A modernidade seletiva: uma crítica ao parco universalismo. São Paulo: Cortez, 1999.

VENDAS, João. Cultura negra na Amazônia: resistência e tradição. Manaus: Valer, 1980.

VERÍSSIMO, Francisco. Folclore e identidade cultural na Amazônia. Belém: EDUFPA, 1970.

VIANNA, Hermano. O mistério do samba. Rio de Janeiro: Zahar, 1995.

TAFFAREL, Celi N.; ESCOBAR, Tânia. Educação Física e cultura corporal: uma perspectiva crítica-superadora. Campinas: Autores Associados, 2009.

Downloads

Publicado

2025-11-04

Como Citar

da Silva Medeiros, O. A., & Nonato de Oliveira Falabelo, R. (2025). Educação e cultura afro-amazônica: ecos da diáspora negra na tradição do carimbó. SCIAS. Direitos Humanos E Educação, 8(2), 799–818. https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i2.9504