Narrativas afrofuturistas no ensino de Biologia
um caminho para a decolonialidade
DOI:
https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i2.9567Palavras-chave:
Pedagogias Decoloniais, Ensino de Biologia, Afrofuturismo, Educação das Relações Étnico-Raciais, Ciência e ArteResumo
O presente artigo explora a relação entre Afrofuturismo e Ensino de Biologia Decolonial, apresentando um plano de ação pedagógica baseado em oficinas interdisciplinares. A colonialidade é discutida como um sistema de poder persistente e a decolonialidade é proposta como uma estratégia para reverter essa lógica, sendo a educação um dos meios para sua concretização. O Afrofuturismo, um movimento artístico e filosófico que ressignifica narrativas negras no passado, presente e futuro, foi explorado aqui para promover o protagonismo negro na ciência e no ensino. O plano inclui cinco oficinas que articulam produções afrofuturistas com temas da Biologia, explorando desde o racismo científico até a ciência negra, interculturalidade e genética na diáspora africana. Neste trabalho, concluímos que a metodologia proposta apresenta grande potencial pedagógico, mas ainda demanda aprimoramentos e novas abordagens para ampliar seu impacto na educação das relações étnico-raciais.
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