É preciso resistir
as contribuições do Instituto Odara na luta contra violências raciais e de gênero na educação
DOI:
https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i1.9606Palavras-chave:
Raça, Gênero, Educação , Mulheres negrasResumo
Este estudo busca analisar as contribuições do Odara – Instituto da Mulher Negra no combate às violências raciais e de gênero na educação. Quanto aos objetivos específicos, estes desdobram-se em: discutir o funcionamento das desigualdades de raça e gênero na educação; compreender as mobilizações do movimento de mulheres negras sob a perspectiva do Instituto; e identificar as ações educativas de enfrentamento às opressões raciais e de gênero promovidas pelo Instituto, através do projeto Ayomide Odara – Meninas e Adolescentes Negras na luta pelos seus direitos. Com base na abordagem qualitativa, o processo investigativo sucedeu-se através dos seguintes procedimentos: pesquisa bibliográfica e análise documental. Os resultados da pesquisa demonstram que os projetos desenvolvidos pelo movimento de mulheres negras representam um avanço significativo na luta contra as desigualdades interseccionais. O estudo conclui destacando a relevância das escolas e outros setores da sociedade estabelecerem diálogos com os movimentos sociais.
Referências
BAIRROS, Luiza. Mulher Negra e o Feminismo. In: COSTA, A. A; SARDENBERG, C.M.B. O Feminismo do Brasil: reflexões teóricas e perspectivas. Salvador: UFBA / Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher, 2008, p. 411
BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-brasileira”, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm Acesso em: 26 fev. 2025.
_______. Lei nº 14.986, de 25 de setembro de 2024. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para incluir a obrigatoriedade de abordagens fundamentadas nas experiências e nas perspectivas femininas nos conteúdos curriculares do ensino fundamental e médio; e institui a Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História no âmbito das escolas de educação básica do País. Brasília, 2024. Disponível em: < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2024/lei/l14986.htm Acesso em: 09 fev. 2025
CARDOSO, Cláudia P; SILVA, Zuleide P. Pedagogias feministas no combate ao racismo e às desigualdades de gênero: uma abordagem perspectivista. In: COSTA, A. RODRIGUES, A. PASSOS, E. Gênero e Diversidade na Gestão Educacional. Salvador: UFBA-NEIM, 2011. p. 55-68
CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento: contribuições do feminismo negro. In: HOLLANDA, H. Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019. p. 271-289
CAVALLEIRO, Eliane. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. 6 ed. 5ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2020.
COLLINS, Patricia Hill. Pensamento Feminista Negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. Tradução: Jamille Pinheiro Dias. 1 ed. São Paulo: Boitempo, 2019.
______; BILGE, Sirma. Interseccionalidade. Tradução: Rane Souza. 1 ed. São Paulo: Boitempo, 2021.
CORENZA, Janaína de Azevedo. A Formação Inicial de Professores: conversas sobre relações raciais e educação. Curitiba: Appris, 2018.
CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 171-188, jan. 2002. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/ref/a/mbTpP4SFXPnJZ397j8fSBQQ/abstract/?lang=pt > Acesso em: 10 jan. 2025
FERREIRA, Ricardo Franklin. Afro-descendente: identidade em construção. Rio de Janeiro: Pallas, 2004. p.188
GARCIA, Danler. Violência contra a mulher negra no Brasil: ponderações desde uma criminologia interseccional. Revista Brasileira de Sociologia do Direito, v. 7, n. 2, maio/ago. 2020. Disponível em: <https://revista.abrasd.com.br/index.php/rbsd/article/view/381/222> Acesso em: 07 mar. 2025
GODOY, Arilda Schmidt. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas São Paulo, v. 35, n.3, 1995. Disponível em: < https://periodicos.fgv.br/rae/article/view/38200/36944 > Acesso em: 05 fev. 2025.
GOMES, Nilma Lino. Educação, raça e gênero: relações imersas na alteridade. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 6/7, p. 67–82, 1996. Disponível em: < https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/1862/1983> Acesso em: 28 fev. 2025
_________. Educação e Identidade Negra. Aletria: Revista de Estudos de Literatura, [S. l.], v. 9, p. 38–47, 2002. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/17912. Acesso em: 17 dez. 2024.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino americano: ensaios, intervenções e diálogos. IN: RIOS, Flávia. LIMA, Márcia (org.). 1ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
HOOKS, bell. Salvação: pessoas negras e o amor. Tradução: Vinicius da Silva. São Paulo: Elefante, 2024. p. 248
KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução: Jess Oliveira. 1 ed. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019. p.248
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho Científico. 4. ed São Paulo: Atlas, 1992.
MATTOS, Amana Rocha. Discursos ultraconservadores e o truque da “ideologia de gênero”: gênero e sexualidades em disputa na educação. Psicologia Política, vol. 18. nº 43. pp. 573-586. set. – dez. 2018. Disponível em: <https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2018000300009> Acesso em: 27 fev. 2025.
MELLO, Suely Amaral; FARIAS, Maria Auxiliadora. A escola como lugar da cultura mais elaborada. Educação, Santa Maria, v. 35, n. 1, p. 53-68, jan./abr. 2010. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/1603/898> Acesso em: 25 fev. 2025.
MUNANGA, Kabengele. As Ambiguidades do Racismo à Brasileira. O racismo e o negro no Brasil [recurso eletrônico]: questões para a psicanálise. In: KON, Noemi Moritz; SILVA, Maria Lúcia da; ABUD, Cristiane Curi. Ilustrações: SILVA, Maria Lúcia. 1. ed. São Paulo: Perspectiva, 2019.
ODARA - Instituto da Mulher Negra. Ayomide Odara aprofunda discussões sobre sexualidade de meninas e adolescentes negras em encontros presenciais, em Salvador e na Chapada Diamantina. 2024. Disponível em: <https://institutoodara.org.br/ayomide-odara-aprofunda-discussoes-sobre-sexualidade-de-meninas-e-adolescentes-negras-em-encontros-presenciais-em-salvador-e-na-chapada-diamantina/> Acesso em: 10 mar. 2025.
__________. Políticas Institucionais. 2023a. Disponível em: <https://institutoodara.org.br/wp-content/uploads/2023/05/E-book-Politicas-Institucionais-1.pdf> Acesso em: 10 fev. 2025
__________. Relatório Institucional 2023. 2023b. Disponível em: < https://drive.google.com/file/d/1efYbbXsw0j9_akm4DwWWZBb3oiJ5C_-P/view> Acesso em: 20 fev. 2025.
__________. Relatório Institucional 2022. 2022. Disponível em: <https://institutoodara.org.br/wp-content/uploads/2023/05/Relatorio_institucional_odara_2022.pdf> Acesso em: 25 fev. 2025
__________. Instituto Odara, através do Projeto Ayomide Odara, lança Rede para fortalecer a luta antirracista na educação. 2023c. Disponível em: < https://institutoodara.org.br/instituto-odara-atraves-do-projeto-ayomide-odara-lanca-rede-para-fortalecer-a-luta-antirracista-na-educacao/> Acesso em: 12 mar. 2025
PEREIRA, Ana Claudia Jaquetto. Pensamento social e político do movimento de mulheres negras: o lugar de ialodês, orixás e empregadas domésticas em projetos de justiça social. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Ciência Política). Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: <https://www.bdtd.uerj.br:8443/handle/1/12449> Acesso em: 05 mar. 2025.
PINHO, Carolina Santos B. Pensamento feminista negro como orientação teórico-metodológica de uma Pedagogia Revolucionária. In: PINHO, C; MESQUITA, T (Org.). Pedagogia feminista negra: primeiras aproximações. São Paulo: Veneta, 2022. p. 17-39
SANTOMÉ, Jurjo Torres. As culturas negadas e silenciadas no currículo. In: SILVA, T. T. (Org.). Alienígena na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. Petrópolis: Vozes, 1995. p. 155-172.
SANTOS, Jaqueline; CARNEIRO, Suelaine. Enfrentar o racismo e o sexismo para a reconstrução da política educacional em uma perspectiva interseccional: a proposta das mulheres negras. Educ. Soc., Campinas, v. 45, e276347, 2024. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/es/a/sshpGqmmjMnSZNSjZpY77gn/?format=pdf&lang=pt> Acesso em: 15 fev. 2025
SOUSA, Leila; GUIA, Bruna Lapa da. O exercício da cidadania comunicativa a partir da ética do cuidar. Intexto, Porto Alegre, UFRGS, n. 55, e-132864, 2023. Disponível em: < https://seer.ufrgs.br/index.php/intexto/article/view/132864 >. Acesso em: 02 mar. 2025
ROSSATO, Cesar; GESSER, Verônica. A experiência da branquitude diante dos conflitos raciais: estudos de realidades brasileiras e estadunidenses. In: CAVALLEIRO, Eliane (Org). Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Selo Negro, 2001. p. 11-37
WERNECK, J. Nossos passos vêm de longe! Movimentos de mulheres negras e estratégias políticas contra o sexismo e o racismo. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), [S. l.], v. 1, n. 1, p. 07–17, 2010. Disponível em:< https://abpnrevista.org.br/site/article/view/303>. Acesso em: 28 fev. 2025.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Proposta de Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Proposta de Política para Periódicos que oferecem Acesso Livre Adiado
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution [ESPECIFICAR TEMPO AQUI] após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).







