A pedagogia de terreiro como prática educativa de resistência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i2.9680

Palavras-chave:

Racismo Religioso, Educação, multidimensionalidade, pedagogia de terreiro

Resumo

Este artigo analisa a pedagogia de terreiro como prática de resistência e educação no combate ao racismo religioso. Partimos de reflexões presentes na dissertação de mestrado “A Umbanda Esotérica e seu processo educativo: caminhos de superação do racismo religioso”, que discute como o terreiro pode funcionar como espaço educativo na promoção do respeito à diversidade. A abordagem teórica se fundamenta em autores como Röhr (2013), Almeida (2019) e Souza (2021), que exploram a multidimensionalidade do sujeito e o racismo como um fenômeno estrutural. A metodologia utilizada foi qualitativa baseia-se em pesquisa bibliográfica e observação participante num terreiro de Umbanda. Os resultados indicam que a pedagogia de terreiro contribui para a construção de uma educação antirracista, desafiando estruturas de poder enraizadas na sociedade. Conclui-se que o reconhecimento e a incorporação desses saberes na educação formal são fundamentais para o enfrentamento do racismo religioso e para a construção de uma sociedade democrática e mais plural.

Biografia do Autor

Alcides Junio Silva Lopes, UFMG - Faculdade de Educação

Pesquisador no Grupo de Pesquisa Pedagogia da Prática, vinculado ao Núcleo de Estudos e Pesquisa do Pensamento Complexo (NEPPCOM) da Faculdade de Educação da UFMG. Mestre em Educação e Docência e bacharel em Ciências Socioambientais pela UFMG, além de licenciado em História. Sacerdote umbandista, atua na área da Educação como palestrante, promovendo o diálogo sobre diversidade religiosa, com foco em religião e espiritualidade, umbanda e diversidade.

Conceição Clarete Xavier Travalha, Universidade Federal de Minas Gerais

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais e pela Universidade da Fundação Mineira de Educação (1988), graduação em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais (1978), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (1992) e doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2004). Concluiu pós doutorados na área de estudos de Educação, Complexidade e transdisciiplinaridade em Cuba na Universidade de Holguim e em Educação e Espiritualidade na UFPE. Atualmente é Professora Titular do Departamento de Ciências Aplicadas à Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, nos cursos de graduação, pós graduação e no Programa de Mestrado Profissional PROMESTRE / UFMG. Coordena o Núcleo de Estudos e pesquisas do Pensamento Complexo NEPPCOM /UFMG . Tem experiência na área de Educação, com ênfase em ensino e aprendizagem, atuando principalmente nos seguintes temas: Complexidade, transdisciplinaridade, Psicologia da Educação, Educação e Espiritualidade e Educação Popular.

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Publicado

2025-11-04

Como Citar

Lopes, A. J. S., & Travalha, C. C. X. (2025). A pedagogia de terreiro como prática educativa de resistência. SCIAS. Direitos Humanos E Educação, 8(2), 190–208. https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i2.9680