Desigualdades no Ensino Superior e a resistência indígena e quilombola
DOI:
https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i1.9725Palavras-chave:
Desigualdade Social, Movimento Negro, Movimento indígena, ColonialidadeResumo
Este artigo analisa desigualdades sociais no ensino superior brasileiro. Para isso, problematiza o legado colonial que estruturou as Instituições Federais de Ensino Superior como espaços de exclusão dos não brancos a partir do Contrato Racial de Charles Mills (2023). Pretende-se, deste modo, refletir sobre como a colonialidade/modernidade, constructo teórico desenvolvido por Aníbal Quijano (2005), consolidou hierarquias sociais, privilégios brancos e marginalização de indígenas e afro-brasileiros. Discute-se a educação como dispositivo de controle em contradição com as resistências do modo de existir e com as lutas dos movimentos sociais em defesa das cotas e da política de permanência na universidade. O texto evidencia a organização dos coletivos negro e indígena da região amazônica no enfrentamento ao racismo estrutural, na crítica aos currículos hegemônicos e na reivindicação de uma universidade intercultural. Conclui-se que, apesar dos avanços da política afirmativa na educação superior, persistem desafios para a efetiva democratização do acesso e permanência.
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