Autorretrato e cosmoaudição

infâncias negras em afroperspectiva para a escuta das relações étnico-raciais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i1.9747

Palavras-chave:

Infância, Autorretrato, Afroperspectiva, Cosmoaudição, Crianças negras

Resumo

Este artigo propõe uma abordagem afroperspectivista da infância como via epistêmica para a escuta das relações étnico-raciais, utilizando o autorretrato como ferramenta metodológica e política. Em contraposição às epistemologias adultocêntricas, argumentamos que o autorretrato – enquanto prática visual e narrativa – configura-se como um ato de escuta sensível, ou melhor, de cosmoaudição, conceito alicerçado na cosmopercepção de Oyeronke Oyewumi. O autorretrato infantil é aqui compreendido como tecnologia de memória, agência e ancestralidade. Partimos do princípio de que a infância – enquanto, condição de movimento – representa uma possibilidade filosófica e política que contribui para o enfrentamento ao racismo institucional e as narrativas eurocentradas sobre o desenvolvimento. A pesquisa com crianças, ao se "infancializar", aproxima-se de um estado de brincadeira e escuta radical, gerando uma "mais-valia de vida". Nesse contexto, o autorretrato transcende o desenho, tornando-se uma forma de autoenunciação, tradução de mundos e reconfiguração de cosmoexistências. Defendemos, por fim, uma metodologia antirracista centrada nas crianças como produtoras de conhecimento, em diálogo com experiências de pesquisa e práticas pedagógicas em contextos escolares.

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Publicado

2025-07-31

Como Citar

Cristina da Silva Trindade, B., Pinto Alves da Silva, G., da Silva Francisco, M., & Noguera, R. (2025). Autorretrato e cosmoaudição: infâncias negras em afroperspectiva para a escuta das relações étnico-raciais. SCIAS. Direitos Humanos E Educação, 8(1), 31–49. https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i1.9747

Edição

v. 8 n. 1 (2025): Educação das relações étnico-raciais e Direitos Humanos: práticas antirracistas das culturas afrobrasileiras, africanas e indígenas

Seção

Dossiê

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