(Etno) Ciências e Chão Redondo à sombra do Baobá

tecendo diálogos com as tecnologias ancestrais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i1.9749

Palavras-chave:

Memórias de Baobá, Saberes Populares, (Etno)ciências

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre as (etno)ciências por meio do diálogo construído no espaço Chão Redondo durante o evento Memórias de Baobá, um encontro formativo dedicado à história e à cultura afro-brasileira no currículo escolar. Caracterizado por uma abordagem qualitativa, este trabalho foi desenvolvido metodologicamente a partir da reflexão crítica e da análise de narrativas construídas durante o evento vivenciado sob o baobá centenário localizado na Praça dos Mártires, também conhecida como Passeio Público, em Fortaleza, Ceará. As reflexões do Chão Redondo destacam a importância de valorizar e promover diálogos entre a universidade e os saberes produzidos por povos tradicionais, de modo a estabelecer uma relação de respeito e reconhecimento da diversidade de conhecimentos, sem indicar que um seja superior ao outro.

Biografia do Autor

Alexandrino Moreira Lopes, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca

dCoutorando em Ciência, Tecnologias e Educação pelo CEFET-RJ, com pesquisa focada no Ensino de Ciências em comunidades quilombolas, a partir de uma abordagem afrocentrada. Mestre em Sociobiodiversidade e Tecnologias Sustentáveis (UNILAB), desenvolveu estudos sobre etnociências e sustentabilidade em Cabo Verde. Licenciado em Ciências da Natureza e Matemática com habilitação em Física (UNILAB), atuou como professor na Universidade Santiago, em Cabo Verde. Possui experiência em formação docente, educação intercultural e ensino de ciências com ênfase em diversidade e cidadania. Palestrante em eventos internacionais e gestor de projetos socioculturais, foi coordenador estudantil e membro do Conselho Universitário da UNILAB, representante dos discentes de Programa de Pós-graduação em Ciências, Tecnologias e Educação. Também empreendeu no setor gastronômico com o restaurante temático Tronku, promovendo a culinária afro-brasileira e cabo-verdiana.

Elcimar Simão Martins, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)

Pós-Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Doutor e Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Ceará. Especialista em Ensino de Literatura Brasileira pela Universidade Estadual do Ceará e em Gestão Escolar pela Universidade Federal do Ceará. Licenciado em Letras com Habilitação nas Línguas Portuguesa e Espanhola e suas respectivas Literaturas pela Universidade Federal do Ceará. Pedagogo pela Universidade Metodista de São Paulo. Professor Adjunto C da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), atualmente, diretor do Instituto de Ciências Exatas e da Natureza (ICEN). Professor Permanente do Mestrado Acadêmico em Sociobiodiversidade e Tecnologias Sustentáveis (MASTS/UNILAB), Vice Coordenador do Mestrado Profissional em Ensino e Formação Docente (PPGEF UNILAB-IFCE) e professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará (PPGE/UECE). Atuou como Coordenador Institucional do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID/UNILAB) de 2020 a 2024. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação, Diversidade e Docência (EDDocência). Membro dos Grupos de Pesquisas sobre Formação do Educador (GEPEFE/USP) e Docência no Ensino Superior e na Educação Básica (GDESB/UECE). Experiência como coordenador adjunto e avaliador no Programa Nacional do Livro e do Material Didático - PNLD, da Secretaria de Educação Básica/Ministério da Educação (FNDE/SEB/MEC). 

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Publicado

2025-07-31

Como Citar

Moreira Lopes, A., & Simão Martins, E. (2025). (Etno) Ciências e Chão Redondo à sombra do Baobá : tecendo diálogos com as tecnologias ancestrais . SCIAS. Direitos Humanos E Educação, 8(1), 272–289. https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i1.9749