CRIANÇAS NA CULTURA DIGITAL
Estudo de caso em uma escola pública de Mossoró-RN
Palavras-chave:
Cibercultura; Crianças conectadas; Multiletramentos.Resumo
No contexto de uma sociedade atravessada pelo ethos digital, é fundamental repensar os processos educativos a partir de uma perspectiva libertadora e decolonial. A educação emancipacionista e libertadora proposta por Paulo Freire (1989) nos convida à problematização crítica da realidade e à valorização dos saberes e experiências dos sujeitos sociais. Nesse sentido, este artigo apresenta os resultados de parte de uma pesquisa de mestrado em Educação, com o objetivo de identificar a relação que alunos com idades entre 8 e 9 anos estabelecem com as tecnologias digitais no contexto da cibercultura, compreendendo que a ausência de práticas pedagógicas fomentadoras de multiletramentos contribuem para o processo de exclusão digital e de consumo passivo das tecnologias. A pesquisa fundamenta-se na abordagem da pesquisa-formação na cibercultura, com inspiração na multirreferencialidade, bem como nos estudos sobre letramentos e multiletramentos. Como metodologia, foram mobilizados dispositivos disparadores de conversas, tais como imagens, textos e objetos. Como resultados, evidenciamos que as crianças têm acesso, em seus cotidianos, a variados recursos tecnológicos digitais, estão imersas em redes sociais e interagem com games e aplicativos de compartilhamento. Isso destaca a necessidade de ampliar os seus multiletramentos através de ações educativas intencionais mediante os usos das tecnologias digitais nas escolas, em especial as públicas.
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