"Todo mundo sabe que a universidade adoece”

cartagrafias sobre saúde e adoecimento institucional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36704/eef.v25i47.6905

Palavras-chave:

Cartografia, carta, Adoecimento docente, Endividamento, Ensino superior

Resumo

Este artigo evoca questões relacionadas à saúde e adoecimento institucional no contexto universitário. O texto é composto por oito cartas, em que as autoras e o autor (que trabalham como docentes em três universidades diferentes) compartilham cenas e experiências decorrentes de seus cotidianos de trabalho. O recurso metodológico escolhido é o da  cartagrafia, uma composição entre a cartografia (a qual valoriza o processo) e a escrita de cartas, na tentativa de dar língua aos afetos que tonalizam o cenário apresentado. Toma-se como disparador o enunciado “todo mundo sabe que a universidade adoece”, proferido por estudantes de graduação, na tentativa de fazer uma leitura do mesmo a partir do exercício disruptor que a polifonia das cartas produz. No entanto, ainda que a expressão do sofrimento tenha impacto nos sujeitos (por meio de sentimentos como ansiedade, esgotamento, racismo, angústia e não pertencimento), sua compreensão deve ser percebida na dimensão do coletivo.

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Biografia do Autor

Sílvia Tedesco, UFF

É professora titular da Universidade Federal Fluminense e coordenadora do Observatório Nacional de Saúde Mental, Justiça e Direitos Humanos . Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1983), mestrado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1988) e doutorado em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1999). Realizou pós-doutorado em Análise institucional na Université de Paris 8. Tem experiência na área de Linguagem, clínica e política, produção subjetividade. Atualmente trabalha com temas de saúde mental, justiça, direitos humanos e políticas públicas na área da reforma psiquiátrica. Participa do grupo nacional de pesquisa "Subjetividade Contemporânea" registrado junto a CAPES e do Grupo internacional pesquisa "Recherche-avec".

 CV: http://lattes.cnpq.br/6670766758039093

https://orcid.org/0000-0003-2447-3673

Dayse Bispo, PUC-SP

Psicóloga formada pela Universidade Federal de Sergipe (2006), Doutora em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2017), Mestre em Psicologia Social pela PUC-SP (2012) e Psicodramatista pela SOPSP/PUC-SP (2015) níveis I e II. Possui certificação em Coaching pelo International Coaching Certification (2014). Trabalha com a clínica e a formação. Além dos atendimentos individuais e em grupos, é professora do curso de Psicologia na PUC-SP (2021) e coordenadora do Curso de Formação em Psicodrama da SOPSP.

 http://lattes.cnpq.br/4645127824250567

Luciano Bedin da Costa, UFRGS

Professor Associado da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É coordenador do Grupo Políticas do Texto (UFRGS) e também da pesquisa "infâncias e sustentabilidades", juntamente com pesquisadora/es da UFES, UFBA e Instituto Politécnico de Lisboa. Faz parte dos seguintes grupos de pesquisa (CNPq): "ZIP - Zona de Investigações Poéticas", " GEFI - Grupo de Pesquisa em Educação, Filosofia e Imagem" e "AEFI - Cabeça de Criança: arte, educação, filosofia e infâncias'". É integrante do NUPPEC ? Núcleo de Pesquisa em Psicanálise, Educação e Cultura.

http://lattes.cnpq.br/3277990625335032

http://orcid.org/0000-0002-6350-2644

 

http://lattes.cnpq.br/3277990625335032

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Publicado

22/12/2022

Como Citar

Tedesco, S., Bispo, D., & Bedin da Costa, L. (2022). "Todo mundo sabe que a universidade adoece”: cartagrafias sobre saúde e adoecimento institucional. Educação Em Foco, 25(47). https://doi.org/10.36704/eef.v25i47.6905

Edição

Seção

Dossiê - No enquanto da pandemia: grupalidade, cuidado e invenções na formação universitária.