A História em vigília”:

A Revolução dos Cravos em Os Memoráveis, de Lídia Jorge

Autores

  • Karina Frez Cursino Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.36704/rhp.v1i1.6849

Palavras-chave:

Lídia Jorge, memória, Revolução dos Cravos

Resumo

O presente artigo tem como principal objetivo apresentar o romance Os Memoráveis (2014), de Lídia Jorge, por um viés que busca construir um diálogo entre Literatura e História. A obra escolhida sugere tal reflexão, pois apresenta como um de seus principais planos a recriação literária do dia da Revolução dos Cravos, que permitiu, no ano de 1974, um olhar esperançoso sobre o futuro português. Através da Literatura, a autora propõe um jogo ficcional para recompor tal episódio, construído de forma multifacetada, tecido através de entrevistas fictícias e de outros gêneros discursivos e não discursivos que juntos dão corpo ao livro. A metodologia utilizada é baseada na recolha e leitura de bibliografia que verse sobre o romance e os demais gêneros envolvidos na obra, visando analisar e exemplificar aspectos literários e características desses gêneros que contribuem para o esquema histórico-ficcional, proposto pela autora.

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Publicado

2023-04-18

Como Citar

Frez Cursino, K. (2023). A História em vigília”:: A Revolução dos Cravos em Os Memoráveis, de Lídia Jorge. Revista Histórias Públicas, 1(1), 169–191. https://doi.org/10.36704/rhp.v1i1.6849

Edição

Seção

Dossiê Ditadura e Autoritarismo: necropolítica, negacionismo, arquivos e usos do passado