A (RE)DESCOBERTA DA PINTURA DO FORRO DA IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO DE SÃO PAULO: DE PAINEL A MARCO NA HISTÓRIA DA ARTE PAULISTA.
Resumo
Resumo: O presente texto descreve o processo de (re)descoberta e restauro da chamada “pintura invisível” do padre Jesuíno do Monte Carmelo (1764-1819) na Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo. A teoria sobre a existência de uma pintura oculta na igreja carmelita foi levantada pelo crítico de arte Mário de Andrade (1893-1945), no início da década de 1940. O escritor modernista, que estudava o artista colonial para uma biografia, suspeitou que a pintura visível na porção central do forro da nave estava deslocada geometricamente em relação aos elementos arquitetônicos do templo e que a composição não condizia com os aspectos plásticos e estilísticos do sacerdote artífice. O painel de Jesuíno poderia ainda existir intacto por baixo de outras camadas de pintura acrescentadas posteriormente? O tombamento da suposta pintura invisível, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, no final da década de 1990, comprovou que sim, a composição de Jesuíno ainda existia e estava em condições de ser recuperada. Finalmente, a restauração coordenada pelo historiador Carlos Cerqueira, em parceria com a equipe do restaurador Júlio Moraes, executada entre 2008 e 2012, resgatou o forro setecentista. Análises e comparações com outras obras do mesmo artista, que deixou relevantes trabalhos na cidade de Itu, também em processo de restauro, justificam porque a composição paulistana se converteu no ápice da obra do padre Jesuíno do Monte Carmelo e um marco para a história da arte paulista.
Palavras-Chaves: Padre Jesuíno do Monte Carmelo. Igreja da Ordem Terceira do Carmo de São Paulo. Pintura Colonial Paulista.
Abstract: The (re)discovery of the painting on the ceiling of the Church of Ordem Terceira do Carmo de São Paulo: of invisible panel to landmark in the São Paulo’s art history. This paper describes the process of (re)discovery and restoration of the “invisible painting“ of priest Jesuíno do Monte Carmelo (1764-1819) in the Church of Ordem Terceira do Carmo de São Paulo. The theory on the existence of a hidden painting in the Carmelite church was raised by the art critic Mário de Andrade (1893-1945), in the early of the 1940s. The modernist writer, who studied the colonial artist for a biography, was suspected that the visible painting in the central portion of the ceiling it was displaced geometrically in relation to the architectural elements of the temple and the composition did not fit the stylistic and aesthetic aspects of the priest artist work. The Jesuíno panel could still be intact beneath other layers of paint added later? The preservation of the supposed invisible painting by the Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, in the late 1990s, proved that yes, Jesuíno composition still existed and was able to be recovered. Finally, the coordinated restoration by historian Carlos Cerqueira, in partnership with the restorative team of Julio Moraes, executed between 2008 and 2012, rescued the eighteenth century ceiling. Analyzes and comparisons with other works by the same artist, who also left relevant paintings in the city of Itu (in the restore process), justified why this paulistana composition of the priest Jesuíno do Monte Carmelo became his better work and a milestone in the São Paulo’s art history.
Keywords: Priest Jesuíno do Monte Carmelo. Church of Ordem Terceira do Carmo de São Paulo. Paulista Colonial Painting.
Recebido em: 04/08/2020 – Aceito em 31/08/2020
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Eduardo Tsutomu Murayama
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution-Non-Commercial 4.0 Internacional (CC - BY - NC 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).