Redes femininas de apoio nas ciências exatas: Por que tão necessárias?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36704/sciaseducomtec.v2i2.5018

Palavras-chave:

Estratégias de enfrentamento, Mulheres na ciência, Quarentena, Síndrome do impostor, STEM

Resumo

A desigualdade entre sexos na ciência perdura, especialmente na ascensão de carreira e nas ciências exatas. Esse relato de experiência explora as dificuldades e estratégias de enfrentamento na trajetória de pesquisadoras atuantes na área de exatas. Depoimentos foram coletados em formato de entrevista semiestruturada, seguido de uma avaliação do discurso. Focando nos pontos de interseção entre os depoimentos, encontrou-se: sentimento de rejeição no dia-a-dia; consequências na saúde mental; ausência de pesquisadoras como referência em institutos de pesquisa de computação; e como estratégia de enfrentamento tem-se redes femininas de apoio. Diante disso, conclui-se que, apesar do ambiente hostil vivenciado e aqui discutido com bases sociológicas e históricas, o espaço seguro de troca, de apoio emocional e de confiança desenvolvido nas redes de apoio femininas desempenham um papel essencial na permanência de mulheres na ciência. A função das redes se tornam ainda mais relevantes em meio a pandemia da COVID-19 de 2020. 

Biografia do Autor

Viviane Brito Nogueira, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Biotecnologista, Mestre e Doutoranda em Ciências da Saúde. É defensora e atuante na equidade de gêneros na ciência, em educação de qualidade, e saúde e bem estar (ODS 3,4,5) para todos. Realiza divulgação científica produzindo Podcast.

Izabela Lima Paiva, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Farmacêutica, Mestranda em neurociências vinculada a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Universidade de Uppsala.

Defende e atua na busca por equidade entre gêneros e na política de redução de danos no uso de drogas.

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Publicado

2021-02-12

Como Citar

Nogueira, V. B., & Paiva, I. L. (2021). Redes femininas de apoio nas ciências exatas: Por que tão necessárias?. SCIAS - Educação, Comunicação E Tecnologia, 2(2), 175–190. https://doi.org/10.36704/sciaseducomtec.v2i2.5018