Mulheres na Física: sub-representatividade e reinvenção na pandemia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36704/sciaseducomtec.v2i2.5100

Palavras-chave:

Mulheres, Ciências Exatas, Pandemia, Ensino de Física, Simulações.

Resumo

Das roupas até a carreira, é notável a influência da socialização de gênero na vida de mulheres e homens. Nesse sentido, este artigo busca expor algumas reflexões sobre a presença das mulheres na carreira das Ciências Exatas, aqui particularmente da Física. Para dar corpo a essa proposta de “feminilizar” a Física, trazemos um destaque para o uso de simulações online durante a pandemia a partir da experiência de uma professora universitária da área. Centramos nossa análise sobre os papéis de gênero e principalmente na discussão da distância e aproximação entre as esferas pública e privada, exposta com ainda mais força durante a pandemia de Covid-19 vivenciada no Brasil e no mundo no ano de 2020. Com isso, adentramos também no debate sobre a divisão sexual do trabalho e da baixa participação de mulheres nas carreiras de Ciências Exatas.

Biografia do Autor

Débora Ferreira da Silva, Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR

Professora Adjunta do Departamento de Física da UTFPR de Campo Mourão e pesquisadora na área de Ensino de Física. Licenciada em Física pela Universidade Estadual de Maringá (2010), com mestrado pela mesma universidade (2013) e doutorado pela Universidade Estadual de Londrina (2017), ambos na área de Ensino de Ciências. Professora Efetiva do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (MNPRF), da Sociedade Brasileira de Física (SBF).

Milena Cristina Belançon, Universidade Estadual de Maringá

Mestra em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Maringá (2020), licenciada (2016) e bacharela (2017) pela mesma universidade. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisas em Participação Política (NUPPOL/UEM), atuando principalmente com os temas: Teoria Política Feminista, Ativismo Institucional, Movimentos Sociais.

Referências

ADELMAN, Miriam. A voz e a escuta: encontros e desencontros entre a teoria feminista e a sociologia contemporânea. São Paulo: Bulcher Acadêmico, 2009.

ALVAREZ, Sonia E. Para além da sociedade civil: reflexões sobre o campo feminista. Cadernos Pagu, n. 43, p. 13-56, 2014.

ANJOS, Antonio J. S. dos. As novas tecnologias e o uso dos recursos telemáticos na educação científica: a simulação computacional da educação em Física. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 25, n. 3, p. 569-600, dez. 2008.

BEAUVOIR, Simone. O segundo Sexo: Fatos e Mitos. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1980.

BIROLI, Flávia. Autonomia e Desigualdades de Gênero: Contribuições do Feminismo Para a Crítica Democrática. Vinhedo: Editora Horizonte, 2013.

BIROLI, Flávia. Gênero e família em uma sociedade justa: adesão e crítica à imparcialidade no debate contemporâneo sobre justiça. Revista de Sociologia e Política, v. 18, n. 36. p. 51-65, jun/ 2010.

BITTENCOURT, Naiara Andreoli. Movimentos Feministas. Revista InSURgência, v. 1, n. 1, p. 198-210, 2015.

BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu. n. 26, p. 329-376, 2006.

CARTAXO, Sandra M. C. Gênero e Ciência: Um estudo sobre as mulheres na Física. 2012. 126 f. Dissertação (mestrado em Política Científica e Tecnológica) - Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2012.

CORDEIRO, Marinês Domingues. Mulheres na Física: um pouco de história. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 34, n. 3, p. 669-672, dez. 2017.

FREIRE, Paulo. Extensão ou Comunicação? 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA. Entrevista: Aumentam casos de violência doméstica durante a pandemia da Covid-19. Informe ENSP, 28 maio 2020. Disponível em: <https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/41449>.

GADDIS, B. Learning in a virtual lab: distance education and computer simulations. 2000. Doctoral Dissertation. Universiy of Colorado. Colorado, 2000.

KELLER, Evelyn Fox. Qual foi o impacto do feminismo na ciência? Cadernos Pagu, n. 27, p.13-34, 2006.

MEDEIROS, Alexandre; MEDEIROS, Cleide Faria de. Possibilidades e limitações das simulações computacionais no ensino da Física. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 24, n. 2, p. 77-86, jun. 2002.

MENEZES, Débora P. Mulheres na Física: a realidade em dados. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 34, n. 2, p. 341-343, ago. 2017.

MIGUEL, Luís Felipe; BIROLI, Flávia. Feminismo e Política: uma introdução. São Paulo: Boitempo, 2014.

MIRANDA, Roberta Martins; VANIN, Vito Roberto; BECHARA, Maria José. Uso de simulações em disciplinas básicas de Mecânica em um curso de Licenciatura em Física. In: IX Encontro de Pesquisa em Ensino de Física – EPEF, 2004, Jaboticatubas, MG. Anais (online) do IX EPEF, 2004. Disponível em: http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/epef/ix/atas/posteres/po51-35.pdf. Acesso em: 22 de julho de 2020.

MONNERAT, Alessandra. “Teto de vidro” na ciência: apenas 25% na categoria mais alta do CNPq são mulheres. Gênero e Número, 2017. Disponível em: <http://www.generonumero.media/2mulheres-representam-metade-da-producao-cientifica-no-brasil-mas-sao-apenas-25-em-categoria-mais-alta-do-cnpq/>. Acesso em: 7 de agosto de 2020.

PATEMAN, Carole. O contrato sexual. Tradução: Marta Avancini. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

STUDART, Nelson. Simulações, games e gamificação no Ensino de Física. In: XXI Simpósio Nacional de Ensino de Física – SNEF, 2015, Uberlândia, MG. Anais (online) do XXI SNEF, 2015. Disponível em: http://www1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xxi/atas/listaresumos.htm. Acesso em: 22 de julho de 2020.

VELHO, Lea. Prefácio. In: SANTOS, Lucy Woellner dos. et al. Ciência, tecnologia e gênero: desvelando o feminino na construção do conhecimento. Londrina: IAPAR, 2006.

WOLF, Naomi. O mito da beleza [recurso eletrônico]: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres. Tradução: Waldéa Barcellos. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018.

WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Vozes, 2007.

Downloads

Publicado

2021-02-12

Como Citar

da Silva, D. F., & Belançon, M. C. (2021). Mulheres na Física: sub-representatividade e reinvenção na pandemia. SCIAS - Educação, Comunicação E Tecnologia, 2(2), 191–210. https://doi.org/10.36704/sciaseducomtec.v2i2.5100