O MITO DA MERITOCRACIA: A MISÉRIA DA EDUCAÇÃO

Autores

  • Luciano Dias de Sousa Universidade do Estado de Minas Gerais - Carangola
  • Flávio Aparecido de Almeida UEMG
  • Marconne Sousa A. Oliveira UEMG

Palavras-chave:

meritocracia, educação, reprodutivismo, materialismo-histórico

Resumo

Neste artigo debateremos, a partir das concepções de Bourdieu (2013; 2008; 2007; 2004; 2003; 2001; 1998; 1995; NOGUEIRA; CATANI (org.), 2007; ORTIZ (org.), 1983) e Bourdieu e Passeron (1990), as condições de reprodutibilidade do mundo social e dos seus esquemas de interpretação, nuançando através de Marx (2010; 1996), Marx e Engels (2007), Rosa Luxemburgo (2006) e Walter Benjamin (1986) as discussões sobre as relações de produção e reprodução materiais e ideológicas e sobre o direito mítico de classe. O que buscaremos com isso é compreender a ideologia meritocrática dentro de sua acepção hegemônica no sistema de ensino (e na sociedade em geral), demonstrando sua falsidade como categoria estanque ou como o ideal de mérito mediante a compreensão materialista-histórica das condições nas quais ela se mantém e sobre as quais ela foi erigida. Empreenderemos ainda uma breve crítica quanto ao determinismo bourdieusiano em A reprodução (BOURDIEU; PASSERON, 1990) através das questões levantadas por Dermeval Saviani (1999) sobre este livro e do olhar de Paulo Freire (1996), consistindo esse na exposição da concepção dialética da educação como contraponto à teoria crítico-reprodutivista encontrada em Bourdieu e Passeron (SAVIANI, 1999).

Biografia do Autor

Luciano Dias de Sousa, Universidade do Estado de Minas Gerais - Carangola

Mestre em Cognição e Linguagem - Departamento de Letras

Flávio Aparecido de Almeida, UEMG

Docente na UEMG

Marconne Sousa A. Oliveira, UEMG

Aluno do curso de Letras da UEMG

Referências

BENJAMIN, W. Crítica da violência, crítica do poder. In: BOLLE, W. (org.). Documentos de cultura, documentos de barbárie: escritos escolhidos. Tradução por: Celeste H. M. Ribei-ro de Sousa. São Paulo: Cultrix, 1986;

BOURDIEU, Pierre. Capital simbólico e classes sociais. Novos estud. - CEBRAP, São Pau-lo , n. 96, p. 105-115, Jul. 2013 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002013000200008>. Aces-so em: 23 mai. 2019;

__________. A economia das trocas linguísticas: o que falar quer dizer. Tradução por: Sergio Miceli et. al. 2 ed. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2008;

__________. A economia das trocas simbólicas. Tradução por: Sergio Miceli et al. 6 ed. São Paulo: Perspectiva, 2007;

__________. Para uma sociologia da ciência. Tradução por: Maria de Lurdes Afonso. Lis-boa: Edições 70, 2004;

__________. Questões de sociologia. Tradução por: Miguel Serras Pereira. Lisboa: Fim de Século, 2003;

__________. Lições de aula. Tradução por: Egon de Oliveira Rangel. 2 ed. São Paulo: Ática, 2001;

__________. Contre-feux: propos pour servir à la résistance contre l’invasion néo-libérale. Paris: Raisons d’Agir, 1998;

__________. Outline of a theory of practice. Tradução por: Richard Nice. Nova Iorque: Cambridge University Press, 1995;

__________; PASSERON, J. C. Reproduction in education, society and culture. Tradução por: Richard Nice. Londres: Sage Publications, 1990;

ENGELS, F. A origem da família, da propriedade privada e do Estado. Tradução por: Le-andro Konder. 9 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984;

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. 16 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996;

ILLICH, I. Sociedade sem escolas. Tradução por: Lúcia Mathilde Endlich Orth. 7 ed. Petró-polis: Vozes, 1985;

KONDER, L. O que é dialética. 28 ed. São Paulo: Brasiliense, 2008;

LUXEMBURGO, R. Reform or revolution and other writings. Tradução por: Bertram D. Wolfe. Nova Iorque: Dover Publications, 2006;

MARX, K. O 18 de brumário de Luís Bonaparte. Tradução por: Nélio Schneider. São Pau-lo: Boitempo, 2011;

MARX, K. Crítica da filosofia do direito de Hegel. Tradução por: Rubens Enderle; Leonar-do de Deus. 2 ed. São Paulo: Boitempo, 2010;

________. O capital: crítica da economia política. V. I. Livro primeiro. O processo de produ-ção do capital. Tomo I. Tradução por: Regis Barbosa; Flávio R. Kothe. São Paulo: Nova Cul-tural, 1996;

_______.; ENGELS, F. A ideologia alemã: crítica da mais recente filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner e do socialismo alemão em seus diferentes profe-tas. Tradução por: Rubens Enderle; Nélio Schneider; Luciano Cavini Martorano. São Paulo: Boitempo, 2007;

MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. As cegueiras do conhecimen-to: o erro e a ilusão. Tradução por: Catarina Eleonora F. da Silva; Jeanne Sawaya. 2 ed. Distri-to Federal: UNESCO, 2000;

NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. (org.). Escritos de educação. Tradução por: João de Frei-tas Teixeira et al. 9 ed. Petrópolis: Vozes, 2007;

ORTIZ, R. (org.). Pierre Bourdieu: sociologia. Tradução por: Paula Montero; Alícia Auz-mendi. São Paulo: Ática, 1983;

SAVIANI, D. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. As teorias da educação e o problema da marginalidade. 32 ed. Campinas: Autores assosciados, 1999;

VOLTAIRE. Candide ou l’optimisme et autres contes. Paris: Presse Pocket, 2000.

Downloads

Publicado

2019-10-14

Como Citar

Sousa, L. D. de, Almeida, F. A. de, & Oliveira, M. S. A. (2019). O MITO DA MERITOCRACIA: A MISÉRIA DA EDUCAÇÃO. SAPIENS - Revista De divulgação Científica, 1(2). Recuperado de https://revista.uemg.br/index.php/sps/article/view/3775

Edição

Seção

CIÊNCIAS SOCIAIS E SOCIAIS APLICADAS