Como (não) artificializar o uso da língua na escola: comparando os casos de duas turmas de alfabetização
Palavras-chave:
alfabetização; produção de textos; estudos de caso comparado;Resumo
Considerando que, há décadas, orientações oficiais sinalizam para uma abordagem enunciativo-discursiva no ensino de língua materna, analisamos e comparamos eventos de alfabetização (ALMEIDA, 2020), com foco na produção de textos, em duas turmas de alfabetização. Para isso, lançamos mão de uma abordagem etnográfica e comparativa dos estudos de caso. Os eventos analisados mostram que, no caso da professora Florbela, os alunos eram incitados a escrever textos, individualmente, para serem avaliados quanto ao domínio da escrita alfabética, sem uma preocupação com as condições de produção (GERALDI, 1985; 1997); enquanto na turma da professora Hilda os alunos escreviam, quase sempre sob o controle da professora, exatamente para que as crianças não “errassem”, e estivessem, mais adiante, aptas a escrever textos, embora algumas condições de produção fossem evidenciadas, como o gênero a ser produzido. Concluímos que ainda é forte uma concepção estruturalista de língua, que não tem sido alterada pelos cursos de formação.
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