O ILUSTRADO MUNDO DE AKIRA KUROSAWA: Técnica e sensibilidade a favor da arte

Resumo

Tendo como objetivo inicial realizar, juntamente com o leitor, uma reflexão sobre a importância da união de atividades distintas para o mundo da arte em geral – como, por exemplo, a fotografia e/ou cinema, ricos em técnica e precisão, juntamente com a pintura, conhecida e utilizada desde a pré-história, este artigo aponta e questiona o embate silencioso que desde o século XIX perdura em torno das modalidades citadas. Neste será ainda feita uma abordagem sobre a vida e obra de Akira Kurosawa, com um aprofundamento especial em seus storyboards, fundamento de toda esta pesquisa. Akira Kurosawa abrilhantou o oriente e o ocidente com suas obras cinematográficas, mas não se rendeu ao conflito entre a fotografia e a arte e produziu os storyboards de seus próprios filmes, oferecendo assim, por meio de sua arte, a união dos opostos. O modo com que Kurosawa levou adiante sua carreira influenciou tanto técnicos quanto artistas: suas pinceladas acabam por ser cenas estáticas dos filmes, porém, com certo recheio de vida e movimento. A influência que Akira Kurosawa é capaz de exercer na amenização do embate entre a arte e a técnica é despretensiosa, mas cumpre perfeitamente com seu papel à medida em que o artista encanta o público com o desenvolvimento das duas atividades sem que alguma seja prejudicada e sem que a distinção das mesmas seja apontada pelos defensores de uma ou outra modalidade.