O zoológico como questão sociocientífica: relato de uma experiência no curso de Pedagogia
Resumo
O presente trabalho, teve como objetivo discutir o zoológico enquanto um tema sociocientífico, na formação inicial de professoras de Pedagogia. Para isso, desenvolvemos uma sequência didática que discute os paradoxos éticos e científicos relacionados à existência do zoológico e seu papel na sociedade contemporânea. No artigo, relatamos o conjunto de atividades da sequência didática e avaliamos seus resultados por meio de quinze entrevistas realizada com as estudantes. Nas entrevistas, analisamos os posicionamentos das discentes em relação ao zoológico a partir das perspectivas antropocêntricas, ecocêntricas e biocêntricas, procurando identificar as permanências e mudanças das estudantes em relação a tais perspectivas. Os resultados demonstram que para além das permanências e mudanças, houve uma construção de argumentação das estudantes, desenvolvida a partir das atividades. As discentes deram exemplos, ponderaram situações e se apropriaram das questões científicas e éticas em torno do zoológico.Palavras-chave: Questões sociocientíficas; aprendizagem em zoológicos; formação inicial; Educação em Ciências;
Referências
AGUIAR JR., O. G. Módulo II: o planejamento do Ensino. In: MINAS GERAIS, SEE. Projeto Escola Referência – Desenvolvimento Profissional de Professores, 27f. 2005.
ALMEIDA, A. Como se posicionam os professores perante a existência e utilização de jardins zoológicos e parques afins? Resultados de uma investigação. Educ. Pesquisa. São Paulo, v. 34, n. 2, p. 327-342, ago. 2008.
ARTEAGA, J. S. La Antropologia Física y los Zoológicos Humanos: exhibiciones de indígenas como práctica de popularización científica en el umbral del siclo XX. Revista de Historia de la Medicina y de la Ciencia, v. 62, n. 1, p 269-291, 2010.
BOSTOCK, S. St. C. Zoos and Animal Rights: The Ethics of Keeping Animals. New York: Routledge, 1993.
CAROLA, C. R.; CONSTANTE, C., E. Antropocentrismo pedagógico e naturalização da exploração ambiental no ensino de ciências (Brasil, 1960-1970). REMEA - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. 32, n. 1, p. 358-379, 2015. doi: https://doi.org/10.14295/remea.v32i1.5167.
HANCOCKS, D. A Different Nature: The Paradoxical World of Zoos and Their Uncertain Future. Berkeley: University of California Press, 2001.
KELLERT, S. R. Perceptions of animals in America. In Perceptions of Animals in American Culture, ed. R. J. Hoage, 524. Washington, D.C.: Smithsonian Institution Press, 1989.
KELLERT, S. R.; DUNLAP, J. Informal learning at the zoo: A study of attitude and knowledge impacts. Philadelphia: Zoological Society of Philadelphia, 1989.
KISLING, V. N. Zoo and aquarium history: ancient animal collections to zoological gardens. Boca Raton, FL: CRC Press, 2000.
JUNQUEIRA, H.; KINDEL, E. A. I. Leitura e escrita no ensino de ciências e biologia: a visão antropocêntrica. Cadernos do Aplicação, v. 22, p. 145-161, 2009.
MULLAN, B.; MARVIN, G. Zoo Culture. Chicago: University of Ilinois Press, 1999.
SAAVEDRA, J. V. La concepción ‘primitivo instructiva’ de Carl Hagenbeck através de las exhibiciones antropozoológicas: una aproximación a la sociedad decimonónica europea. Cuadernos de Historia Cultural, n. 6, p. 70-100, 2017.
SADLER, T. D. Informal reasoning regarding socioscientific issues: a critical review of research. Journal of Research in Science Teaching, Hoboken, v. 41, n. 5, p. 513-536, 2004.
Sánchez-Gómez L., A. Human Zoos or Ethnic Shows? Essence and contingency in Living Ethnological Exhibitons. Culture & History Digital Journal, v. 2, n. 2, p. 1-25, 2013.
SÁNCHEZ-ARTEAGA, J.; EL-HANI, C. N. Physical anthropology and the description of the ‘sav¬age’ in the Brazilian Anthropological Exhibition of 1882. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 17. n. 2, p. 399–414, 2010.