Educação ambiental e os saberes tradicionais
sinais de resistência no Candomblé do Povo Bantu
DOI:
https://doi.org/10.36704/sdhe.v5i1.6455Palavras-chave:
Educação Ambiental, Saberes Tradicionais, Candomblé do Povo Bantu, Resistência, Educação para as Relações Étnico-raciaisResumo
O presente estudo tem como intuito compreender o diálogo entre os Saberes Tradicionais do Candomblé do Povo Bantu – cosmologia que cultua as energias da natureza denominadas Mukixi (plural de Nkisi) – e a Educação Ambiental (EA), já que com a contínua desvalorização desses saberes pertencentes a estes povos e comunidades tradicionais ocasiona práticas de violências epistêmicas e raciais. Essas relações desiguais de poder, iniciadas desde o Brasil Colônia, persistem até os dias atuais, reverberando nas formas de educação produzidas ou reproduzidas, por exemplo, nas instituições escolares. Partindo da possibilidade do ato de educar em uma perspectiva etnoecológica e para as relações étnico-raciais, esse artigo se volta para a reflexão sobre os potenciais dos saberes locais para um ensino da Educação Ambiental Crítica pautado em uma educação antirracista, libertadora e democrática, indicando então uma relação estreita e um diálogo entre Educação Ambiental e os Saberes Tradicionais do Candomblé do povo Bantu.
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