Educação e resistência quilombola
entre o racismo cotidiano e o direito à inclusão
DOI:
https://doi.org/10.36704/sdhe.v8i2.9559Palavras-chave:
Quilombolas; Educação antirracista; Racismo; Educação Engajada; Inclusão.Resumo
O ambiente escolar no Brasil não está preparado para promover a inclusão de crianças quilombolas em sua integralidade, de forma que essas crianças possam usufruir dos seus direitos, conforme a Constituição Federal Brasileira e o Estatuto da Criança e do Adolescente, pois elas sofrem discriminações, o que as fazem viver em condições desiguais de liberdade e de dignidade. O objetivo deste estudo foi investigar as vivências de crianças quilombolas, que frequentam escolas não engajadas sobre seus sofrimentos e barreiras. Como método, foi adotada a pesquisa qualitativa e a história oral. As falas demonstram a exclusão das crianças quilombolas na escola, devido ao racismo que sofrem e à necessidade de apoio fora da escola. É necessária a adoção de uma educação engajada e antirracista para a promoção de uma ampla aprendizagem e troca de saberes.
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