VISUALIDADES EXPANSIVAS
O ENSINO DA FOTOGRAFIA JUNTO À PESSOAS CEGAS E BAIXA VISÃO
Palavras-chave:
Fotografia, Arte-Educação, Deficiência Visual, InclusãoResumo
Pessoas cegas e com baixa visão produzem fotografias, elas recorrem a uma totalidade corpórea que olha. Tal produção imagética questiona discursos cristalizados socialmente ao expandir as compreensões sobre o ver, subverter o oculocêntrismo, bem como ampliar as ponderações sobre a experiência sensorial no universo da fotografia. Diante este cenário, esta pesquisa indica que tais reflexões e processos de criação devem estar presentes no ensino da fotografia, incorporando de forma inclusiva estudantes videntes e não videntes. Pertence a cada estudante o papel de fonte emissora e criativa, articulador das suas próprias experiências e construções simbólicas. O referencial teórico encontra-se embasado nas perspectivas da arte-educação, da linguagem fotográfica e na fenomenologia da percepção. Para tanto, utiliza-se Bavcar (2000; 2015), Alves (2015, 2020), Merleau-Ponty (1994), Didi-Huberman (2010, 2012) entre outros.
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