Edmar de Oliveira Gonçalves: educador e construtor de memórias divididas (1966 – 1988)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24934/eef.v23i39.3864

Palavras-chave:

Intelectual, Educação Profissional, Ditadura.

Resumo

O presente artigo apresenta e debate elementos da trajetória profissional de Edmar de Oliveira Gonçalves enquanto professor e diretor-geral da Escola Técnica Federal Celso Suckow da Fonseca, localizada no Rio de Janeiro. A partir do emprego de um quadro teórico voltado à compreensão de sua constituição como intelectual que participou da produção de políticas educacionais da ditadura civil-militar, a pesquisa indicia diferentes disputas em torno das representações erigidas para esse ator social. Mobilizamos a triangulação de fontes históricas distintas, tais como a imprensa não pedagógica, documentos institucionais localizados no arquivo da instituição e depoimentos de exestudantes da escola. Dessa forma, evidenciamos o papel dúbio que Edmar Gonçalves desempenhou entre as décadas de 1960 e 1980 diante do cenário autoritário e discutimos como ele se tornou um construtor de memórias divididas.

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Biografia do Autor

Rodrigo Cerqueira do Nascimento Borba, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFF. Mestre em Educação, licenciado e bacharel em Ciências Biológicas pela UFRJ. Pesquisador associado ao Grupo de Pesquisa Currículo, Docência e Cultura (CDC/UFF/CNPq), onde empreende investigações sobre Currículo e História da Educação.

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Publicado

26/05/2020

Como Citar

Borba, R. C. do N. (2020). Edmar de Oliveira Gonçalves: educador e construtor de memórias divididas (1966 – 1988). Educação Em Foco, 23(39), 206–226. https://doi.org/10.24934/eef.v23i39.3864