A matemática e o cinema: articulações e possibilidades no campo das práticas pedagógicas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24934/eef.v23i41.4800

Palavras-chave:

Matemática, Arte, Cinema, Sensibilidade, Educação

Resumo

Este ensaio propõe uma aproximação entre a matemática e a arte do cinema enquanto prática pedagógica. Deste modo é apresentada algumas articulações entre a matemática, a arte do cinema e a filosofia com a intensão de criticar uma tradição matemática que se define soberana, racional, dura e transcendente. O diálogo entre matemática e arte que tecemos neste ensaio é forjado nos espaços educacionais, ou seja, é criado no plano da experiência em lugares em que se faz educação. O ensaio parte do pressuposto que assistir a filmes pode ser uma linha de fuga construída para que outras matemáticas, além da hegemônica, possam ser pensadas na experiência escolar. “O Jogo da Imitação” (2014), “O homem que Viu o Infinito” (2015) e “Estrelas Além do Tempo” (2016) são filmes trazidos ao texto para pensar práticas pedagógicas que possibilitem construir diferentes perfectos eafectos, diante de uma matemática que homogeniza e transpõem sua rigidez interna para o campo das práticas. Conclui-se que a arte do cinema, diante da rigidez pedagógica que caracteriza grande parte das aulas de matemática, em todos os níveis, provoca rachaduras nos muros axiomáticos que prometem isolar a matemática dominante do mundo da vida.

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Biografia do Autor

Juliano Bona, Secretaria Municipal de Educação de Timbó - SC

Possui Graduação em Matemática pela Fundação Universidade Regional de Blumenau - Furb (2005). Atua na área de ensino fundamental como professor de matemática na Rede Pública Municipal de Timbó. Mestre em Educação pela Fundação Universidade Regional de Blumenau - Furb (2010). Tem experiência no Ensino Superior nas seguintes áreas: Educação Matemática, Cálculo Diferencial e Integral, Geometria e Álgebra Linear. Doutor em Educação pela Universidade do Vale do Itajaí - Univali (2020). Desenvolve pesquisa na área da Educação, Educação Matemática, Processo de Internacionalização do Currículo (IoC), Estudos Interculturais, Intermatemática e Filosofia da Diferença.

Camila Thaisa Alves Bona, Secretaria Municipal de Educação de Timbó - SC

Licenciada em Letras, com habilitação em Língua Portuguesa, Inglesa e respectivas literaturas - Furb (2007). Mestre em Educação pela Universidade Regional de Blumenau - Furb (2009) e Doutora em Educação pela Universidade do Vale do Itajaí - Univali (2020). Atua como professora vinculada à disciplina de Língua Portuguesa nas séries finais na rede pública municipal em Timbó. Na mesma rede, tem se dedicado ao desenvolvimento de projetos em mediação de leitura em biblioteca escolar. Também tem atuado, como professora formadora, em cursos de formação continuada para professores na educação básica em redes públicas municipais e estaduais da região do Vale do Itajaí. É pesquisadora integrante do grupo de pesquisa Estudos Linguísticos e Internacionalização do Currículo do Programa de Pós-Graduação em Educação a Universidade do Vale do Itajaí.

Fabio Zoboli, Este artigo foi apoiado com recursos do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), do Programa de apoio ao Pesquisador à Pós-Graduação (Proap) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Pós-doutor em Educação do Corpo pela Universidad Nacional de La Plata (UNLP/Argentina). Doutor em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor do Programa de pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe (PPGED/UFS) – Brasil. Membro do grupo de pesquisa “Corpo e política”.

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Publicado

18/12/2020

Como Citar

Bona, J., Bona, C. T. A., & Zoboli, F. (2020). A matemática e o cinema: articulações e possibilidades no campo das práticas pedagógicas. Educação Em Foco, 23(41), 54–71. https://doi.org/10.24934/eef.v23i41.4800