Experiências políticas sensíveis com as juventudes no contexto da escola pública – um debate sobre a Reforma do Ensino Médio no Rio de Janeiro.
DOI:
https://doi.org/10.24934/eef.v23i41.4931Palavras-chave:
Educação, Juventude, Escola Pública, Oficina arte-cultura, Reforma Ensino MédioResumo
A escola configura-se como o espaço das sociabilidades juvenis, embora pouco dialogue com as realidades de jovens pobres. Para estes, a escola e a família ainda se constituem como instituições sociais para a projeção de seus futuros. Este artigo analisa uma intervenção aberta no pátio de uma escola estadual pública no Rio de Janeiro em 2017, que abordou a temática da reforma do ensino médio, através de uma oficina de arte-cultura, entendendo-a como uma “experiência política sensível”. Conclui-se que as experiências estéticas promovidas não estiveram alheias às práticas políticas e, através delas, ampliaram o diálogo com estes jovens, aproximando-se das experiências do sensível compartilhadas de diferentes modos. Abordar o tema da reforma do ensino médio a partir de uma perspectiva ético-estético-política foi um caminho de abertura para problematizar os dilemas de jovens pobres, colocando em evidência as manifestações autoritárias de uma política de educação que perpetua as desigualdades sociais.
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