Crianças, moradoras de Ceilândia-DF, na pandemia de Covid-19:
diálogos sobre infâncias
DOI:
https://doi.org/10.36704/eef.v26i49.6618Palavras-chave:
Ceilândia, Espaço, Estudos da infânciaResumo
Este artigo insere-se no campo dos estudos da(s) infância(s) e tem como objetivo compreender as vivências de crianças brasileiras durante a primeira onda da pandemia de Covid-19, contexto eivado pelas restrições nos espaços de convivência coletiva. Por meio de uma investigação de caráter qualitativo, foram ouvidas crianças moradoras de Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, nos meses de outubro e novembro de 2020. As crianças produziram desenhos que foram analisados conjuntamente com as crianças e, posteriormente, de forma teórica com as demais pesquisadoras. Considerou-se como referencial os aportes teóricos da Sociologia da Infância em articulação com os da Geografia da Infância. As crianças, durante a primeira onda da pandemia, construíram uma cartografia marcada por restrições espaciais, concentrando grande parte do tempo em casa, e apontaram para os jogos eletrônicos como sua principal atividade lúdica. As análises indicaram que as crianças desenvolveram compreensão crítica e posicionamento ético diante das restrições.
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